
A afirmação é de Elaine Fernandes (foto), sócia e CEO da P2B Cultura & Liderança, uma das atrações do 94º Encontro da ABMI, que acontece nos dias 13 e 14/3/25, no hotel Deville Prime, em Campo Grande (MS).
Mentora de sucessores e sucedidos, Elaine que é psicóloga pós-graduada em Gestão e Desenvolvimento de Pessoas e tem MBA Executivo em Liderança e Gestão Organizacional, se apresenta no dia 14/3, às 10h15, com a palestra “Cultura alinhada à estratégia: o alicerce para o crescimento”.
Definindo-se como estudiosa e empreendedora do comportamento humano há mais de 20 anos, ela já atuou como executiva de RH e membro de comitê executivo em empresas de grande porte.
Paranaense, Elaine morou em várias regiões do Brasil, vivência que, segundo destaca em entrevista ao site da ABMI, a “tornou mais adaptável e atenta às particularidades de cada contexto”.
“O impacto foi positivo, pois me permitiu desenvolver um olhar mais curioso e perceber os ganhos quando nos abrimos para o que é diferente e costumeiro”, explica na entrevista.
Primeiro presencial do ano da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário, o Encontro deverá reunir imobiliárias de todo o país associadas à entidade, para, em palestras e painéis comandados por especialistas, como Elaine Fernandes, debater ainda perspectivas do setor de imóveis para 2025, gestão por indicadores, tecnologia e inteligência artificial, funding imobiliário, loteamentos, locação e vendas, bem como desdobramentos da reforma tributária em relação ao segmento.
Restrito a dirigentes e colaboradores das mais de 60 imobiliárias associadas à ABMI país afora, o Encontro que começa dia 12/3, com visitação dos associados à Perez Imóveis, associada anfitriã do evento, é aberto a jornalistas, desde que devidamente credenciados pela assessoria de imprensa da entidade (imprensa@abmi.org.br ou (11) 98131-8243 – WhatsApp).
Confira a íntegra da entrevista com Elaine Fernandes.
O que motivou sua transição de Executiva de RH para empreendedora e CEO da P2B Cultura & Liderança?
Minha transição foi motivada por dois fatores principais. Primeiro, pelo desejo de explorar novas formas de atuação, contribuindo com as organizações de fora para dentro e ampliando minha visão sobre diferentes segmentos e modelos de negócio. Segundo, por um momento pessoal que exigia mais flexibilidade e mobilidade, permitindo-me equilibrar melhor meus compromissos profissionais e pessoais.
Como você descreve a importância de alinhar a cultura organizacional à estratégia empresarial? Pode compartilhar algum exemplo prático dessa aplicação?
O alinhamento entre cultura e estratégia é essencial para o sucesso organizacional. Podemos ter o melhor planejamento estratégico, com objetivos bem definidos, mas, se crenças, valores e comportamentos diários não estiverem alinhados a ele, sua execução se tornará mais difícil e custosa – em tempo, energia, dinheiro e até saúde. Por exemplo, se uma empresa atua no mercado de imóveis de alto padrão, sua comunicação, posicionamento e, sobretudo, a postura e o atendimento da equipe devem refletir esse compromisso com uma entrega de alto valor. Cada ação dentro da organização deve ser analisada sob a ótica da estratégia: essa decisão nos aproxima ou nos afasta dos nossos objetivos? Cultura e estratégia, quando bem alinhadas, funcionam como a bússola que orienta todos que fazem parte do negócio.

Na sua opinião, quais são os maiores desafios que as empresas enfrentam ao tentar alinhar cultura e estratégia?
Existem vários desafios, mas destaco três pontos cruciais: 1. Alinhamento da alta liderança – É fundamental que os líderes estejam na mesma página sobre a direção do negócio. Sem esse alinhamento, cada um pode puxar para um lado diferente, gerando confusão, desperdício de tempo, energia e recursos. 2.Clareza na comunicação – A estratégia precisa ser compreendida em todos os níveis da organização. Cada colaborador deve entender a sua contribuição para o alcance dos objetivos da empresa. 3.Cultura como responsabilidade de todos – Muitas empresas delegam a cultura organizacional ao RH, quando, na verdade, ela deve ser construída e mantida por toda a organização. Líderes, em todos os níveis, precisam atuar como guardiões da cultura desejada.
Você tem uma longa trajetória como mentora de sucessores e sucedidos. Quais são os principais pontos que você aborda com seus mentorandos?
Nos processos de sucessão, valorizamos e respeitamos a história da empresa e das pessoas envolvidas. Trabalhamos com a inclusão de todas as partes interessadas, garantindo que ninguém seja excluído do processo. Analisamos o contexto para identificar fatores que muitas vezes não são verbalizados, mas impactam significativamente a transição, como conflitos, relações familiares e múltiplos papéis dentro do negócio. Nosso foco é entender a real intenção da sucessão: será uma caminhada conjunta ou uma transição de comando? Compreender essas nuances permite que a passagem de bastão aconteça de forma estruturada, transparente e respeitosa para todos os envolvidos.
Quais são as características essenciais que um líder deve possuir para fomentar uma cultura organizacional saudável?
Um líder que deseja construir uma cultura organizacional forte e saudável precisa: • Ser congruente – Praticar aquilo que prega, vivendo os valores que deseja ver na equipe. • Ser aberto – Estimular diversidade de pensamento e criar um ambiente seguro para que as pessoas contribuam. • Ser consistente – Agir com maturidade e ética tanto nos desafios quanto nas conquistas.
Como sua formação em Psicologia e suas especializações influenciam sua abordagem na gestão e no desenvolvimento de pessoas?
Minha formação me permite enxergar a importância dos resultados de negócio sem perder de vista o fator humano. Compreender as bases das necessidades humanas me ajuda a orientar as pessoas para a entrega de resultados sem desconsiderar a importância de humanizar as relações. Acredito que empresas evoluem na medida em que as pessoas evoluem, e minha abordagem une essa perspectiva com a busca pela alta performance organizacional.
Tendo morado em várias regiões do Brasil, você notou diferenças significativas nas culturas organizacionais entre essas regiões? Como isso impacta sua atuação?
Sim, cada região tem sua cultura, valores e crenças próprias. Essa vivência me tornou mais adaptável e atenta às particularidades de cada contexto. O impacto foi positivo, pois me permitiu desenvolver um olhar mais curioso e perceber os ganhos quando nos abrimos para o que é diferente e costumeiro. Ao mesmo tempo, aprendi a equilibrar essa flexibilidade com a preservação dos meus próprios valores. Cada experiência ampliou minha visão e minha capacidade de contribuir com diferentes tipos de organização e a compor um time com pessoas de regiões diferentes.
Como a P2B Cultura & Liderança se diferencia de outras consultorias no mercado?
Nossa grande diferença está na proximidade e no comprometimento genuíno com os clientes. Tratamos os desafios de cada empresa como nossos e buscamos construir soluções sob medida, cocriando com nossos clientes para garantir que cada iniciativa esteja alinhada com a realidade e os objetivos do negócio. Embora existam similaridades entre diferentes organizações, cada empresa possui características únicas, e nossa abordagem personalizada nos permite entregar valor real e impactante.
Quais tendências você vê emergindo na área de gestão e liderança organizacional nos próximos anos?
Algumas tendências já são realidade e continuarão a ganhar força, como: • Uso da Inteligência Artificial e gestão de dados – As empresas estão cada vez mais orientadas a decisões baseadas em dados e tecnologia. • Organizações adaptáveis – Abertura à diversidade de pensamentos e maior agilidade na resposta às mudanças. • Trabalho com cultura organizacional – Um foco crescente no alinhamento de propósito e na gestão de múltiplas gerações no mercado de trabalho.
