Durante o 98º Encontro da ABMI, que acontece de 5 a 8 de novembro de 2025 em Maceió, Alagoas, com o mote “Crescer juntos: cultura que transforma”, líderes e colaboradores de imobiliárias de todo o país se reunirão para debater os grandes desafios e oportunidades do setor. Em meio ao cenário paradisíaco da capital alagoana – conhecida como “Paraíso das Águas” – o evento promete uma programação de alto nível, com palestras, painéis e momentos de troca e conexão entre os participantes.

A anfitriã do encontro, a Márcio Rapôso Imóveis (MRI), associada da ABMI em Maceió, é referência há 37 anos em ética e inovação, além de manter um profundo vínculo com a comunidade alagoana.

A programação começa no dia 5/11 com a visita dos participantes – cerca de 180 pessoas são esperadas – à sede da MRI.

Nos dias 6 e 7 de novembro, o Hotel Ritz Lagoa da Anta será o centro da parte de conteúdo do evento, que, entre os destaques da programação, terá a palestra de Rodrigo Werneck, estrategista-chefe da Cupola, fundador da CredAluga, publisher do Imobi Report e co-host do podcast Modo Avião.

Especialista em gestão e marketing imobiliário, Rodrigo será responsável por conduzir uma análise aprofundada sobre o cenário atual do mercado imobiliário brasileiro.

Confira a seguir a entrevista de Rodrigo Werneck para o site da ABMI

Antes de tudo, seria interessante que falasse um pouco sobre sua formação original e como entrou para o mercado imobiliário.

Sou jornalista de formação. Entrei no mercado imobiliário com a fundação da Cupola, quando começamos a atuar como agência de marketing para imobiliárias e incorporadoras. Percebemos ali uma grande oportunidade: um mercado essencial na vida das pessoas, passando por uma profunda transformação – tecnológica, de processos e de melhores práticas. Com o avanço do digital, decidimos abraçar as dores das imobiliárias e apoiá-las nessa jornada de mudança.

Você é fundador da Cupola e da CredAluga, estrategista-chefe, publisher do Imobi Report e co-host do podcast Modo Avião. Como essas diferentes frentes se conectam na sua atuação como especialista em gestão e marketing imobiliário?

Todas essas frentes giram em torno da imobiliária, que está sempre no centro das minhas atenções. Frequentemente me pego pensando mais nos desafios de gestão das imobiliárias do que nos das minhas próprias empresas. E aí preciso me lembrar de focar também nos meus negócios. Mas essa centralidade da imobiliária facilita muito a rotina, pois me mantém atento ao público que atendo e me torna um pensador constante dos dilemas enfrentados pelo setor. Isso torna meu trabalho possível e relevante.

No 98º Encontro da ABMI, você será responsável por apresentar uma análise do cenário atual do mercado imobiliário. Quais são os principais pontos que pretende abordar em sua palestra?

Quero falar sobre os desafios atuais das imobiliárias. O número de empresas operando no Brasil cresce a uma taxa mínima de 5% ao ano, o que naturalmente pressiona margens e exige mais esforço para crescer. Isso demanda uma reinvenção contínua. Em Maceió, pretendo apresentar caminhos que considero promissores para que essa reinvenção aconteça de forma sustentável dentro das imobiliárias.

A Cupola tem se destacado por trazer inovação e inteligência estratégica ao setor. Quais tendências você acredita que os empresários e gestores imobiliários devem observar com atenção nos próximos meses?

A inteligência artificial é uma das principais tendências. Já é uma realidade no mercado e deve ser observada com atenção. Nosso setor ainda é muito baseado em pessoas, em processos executados manualmente. A IA pode ajudar especialmente na conferência da execução e na qualidade do atendimento. Tudo o que é falado ou escrito pelas equipes pode ser monitorado qualitativamente. Essa é uma tendência que, na minha visão, vai transformar profundamente o mercado nos próximos meses.

Você acompanha de perto o comportamento do consumidor e as transformações digitais no setor. Quais mudanças mais impactaram o mercado imobiliário nos últimos dois anos?

A primeira grande mudança foi o uso da inteligência artificial no atendimento inicial, na qualificação de leads. A falta de atendimento era uma das maiores fragilidades do setor, e os clientes não compreendiam por que não conseguiam respostas nos sites e portais. Felizmente, isso começou a mudar. Hoje, os negócios acontecem com menos desperdício e mais clientes avançando nas tratativas. Outra mudança importante é o comportamento cada vez mais imediatista e imprevisível do consumidor. Muitos param de buscar e depois voltam, muitas vezes porque foram mal atendidos. Isso exige muito treinamento das equipes.

O podcast Modo Avião tem se tornado uma referência em conteúdo leve e profundo sobre o mercado. Como essa iniciativa contribui para ampliar o debate e a formação dos profissionais do setor?

O Modo Avião surgiu em 2022 com a proposta de dar voz a donos de imobiliárias, incorporadores e corretores de alta performance de todo o Brasil. Já estamos caminhando para 200 episódios, que devem ser completados no início de 2026. Nosso mercado é extremamente plural, com diversas formas de alcançar o sucesso. Não existe uma única verdade ou caminho certo. O podcast se propõe a ser esse veículo que dissemina possibilidades, para que cada ouvinte construa seu próprio jeito de prosperar no mercado imobiliário.

Por fim, olhando para o futuro: quais são os maiores desafios e oportunidades que você enxerga para o mercado imobiliário brasileiro em 2026?

2026 será um ano atípico, com a vigência da reforma tributária e o período eleitoral. Esses dois fatores tendem a gerar turbulência e colocar o investimento imobiliário em cheque, fazendo com que investidores recuem. Nosso grande desafio será defender o mercado e a valorização do investimento imobiliário. O Brasil continua crescendo, com uma população em expansão e uma economia que, apesar dos obstáculos, segue avançando. Os imóveis continuam se valorizando. Precisamos redobrar os esforços para defender esse investimento e, também, para justificar nossas margens, especialmente no segmento de locação, que será pressionado pela reforma. As imobiliárias precisarão provar o valor de seus serviços, e isso exige uma defesa firme do nosso trabalho e do nosso mercado.

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