Considerado patrimônio cultural brasileiro, o centro histórico de Paracatu, no noroeste de Minas Gerais, foi tombado em 2012 pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Praticamente intacta, a área central da cidade é composta por 230 imóveis protegidos, que remontam diretamente à exploração do ouro, que foi a mola propulsora na ocupação do interior do Brasil. O arraial que originou Paracatu começou a nascer provavelmente entre 1690 e 1710.
Em meio a esse cenário histórico, numa cidade que abriga a maior área irrigada do Brasil em produção agrícola e a maior mina de ouro a céu aberto do mundo, responsável por 22% da produção do metal no país, e a caminho de se tornar também uma referência em ensino universitário, surgiu há aproximadamente três anos a Área 38, uma imobiliária com um conceito diferenciado já a partir do próprio nome, que será apresentada dia 24/8/21, como uma das três novas associadas da entidade, durante a abertura do 77º Encontro ABMI Digital, que vai até 26/8 e homenageia a Semana do Corretor de Imóveis.
“Voltada à administração de loteamentos, venda e locação de imóveis, a Área 38 Imobiliária nasceu com a proposta de oferecer as melhores experiências e soluções em produtos e serviços em Paracatu e região. Nossa sede fica no centro histórico de Paracatu, num casarão reformado, que tem tudo a ver com o lugar. O nome da empresa – Área 38 – é uma referência ao código de área (DDD) de Paracatu e de algumas cidades vizinhas, chegando até o norte de Minas. Mas vai além de uma alusão ao DDD, uma vez que área tem a ver com terreno, terra e remete ao mercado imobiliário, onde nossa meta é ser a melhor e maior da região”, explica Felipe Lepesqueur Lamas, CEO e fundador da empresa.
Deficiências locais animaram
Formado em Administração de Empresas, Felipe diz ter começado a atuar no mercado tão logo obteve o seu credenciamento como corretor de imóveis, em meados de 2012, quando iniciou a criação de uma empresa de loteamento, que ficou pronta e começou a operar entre o final de 2015 e o início de 2016, quando conseguiu vender os primeiros lotes.
“Iniciei o que viria a ser a Área 38, dentro do meu escritório de loteamento, no início de 2016, com um sócio que tocaria a operação da imobiliária, enquanto eu estaria à frente dos loteamentos. Operamos por menos de dois anos, e ainda aprendendo como seria a operação de uma imobiliária. Em 2018, meu sócio informou que precisaria mudar de cidade. Por pouco, a Área 38 não teve decretado ali o seu fim, ainda em sua ‘infância’. Decidi, porém, levar o negócio adiante, na época, com apenas 20 imóveis locados. De 2018 para cá, realmente busquei aprender o que era imobiliária, como o mercado funciona, passei a operar com aluguel e venda e iniciei a formação de uma equipe, com nosso primeiro corretor, Maycon, e nosso diretor, Flávio.”
Como tinha um escritório operando o loteamento, foi um suporte interessante para custear a imobiliária. Felipe percebeu uma oportunidade devido à deficiência na prestação de serviços profissionalizados no ramo imobiliário em Paracatu. Dessa forma, decidiu levar adiante a imobiliária, com foco inicial em locação e venda.
Como acontece geralmente com cidades interioranas, conforme lembra Felipe, Paracatu começou a se verticalizar há pouco tempo.
“Não há muitos empreendimentos ainda, só alguns prédios novos recém construídos ou em construção. Temos muitos predinhos, com menos pavimentos. Nosso portfólio, visa imóveis de melhor qualidade e conta com variedade entre residenciais e comerciais – casas, apartamentos, lojas, galpões e lotes. Aqui há muitos terrenos e alguns loteamentos. No setor de loteamento, onde iniciamos nossa trajetória, invertemos a questão. Hoje, o loteamento passou a ser um setor dentro da Área 38”, conclui Felipe, referindo-se à execução de todas as fases e gestão de carteiras de recebíveis neste segmento.
De olho no mercado rural
O mercado rural, que Felipe aponta como um filão muito forte em Paracatu, está nos planos de ampliação de atuação da empresa.
“Estamos nos preparando para entrar neste segmento. É uma operação que envolve uma série de conhecimentos e práticas diferentes, desde equipe tecnicamente qualificada até a operação, com visitas a fazendas e utilização de tecnologias e equipamentos sofisticados. Mas já estamos dando os primeiros passos para ingressar firme também na comercialização de imóveis rurais”, antecipa Felipe.
A partir de 2019, com a contratação de sistemas, consultorias e novos colaboradores, bem como treinamento de pessoal, a Área 38 Imobiliária se consolidou de vez como uma referência na região. ”Como uma ‘concierge’ na cidade, a Área 38 conta com profissionais em seu quadro ou por meio de parceiros, como arquiteta, construtoras etc., para solucionar as demandas de seus clientes no mercado imobiliário”, assinala Felipe.
A implantação da digitalização, com tecnologia envolvendo assinatura de contratos e outros aspectos da rotina imobiliária, já era uma realidade antes da pandemia e ajudou muito a empresa a superar a dificuldades trazidas pelo Covid 19.
ABMI: aprender e trocar ideias
“A preocupação com o Covid realmente chegou na segunda onda da pandemia. No primeiro momento, houve lockdown, mas não foram registradas mortes na cidade. De qualquer forma, já estávamos no processo de digitalização e, com o apoio de consultorias, tivemos algumas vantagens em relação à concorrência que não estava tecnologicamente preparada”, ressalta Felipe, que é natural de Brasília, mas viveu a maior parte de sua vida em Paracatu.
“Eu tenho um contato grande com Brasília, lugar que gosto muito e em que tenho familiares e amigos muito especiais. Voltei à capital federal para fazer faculdade. Me formei e retornei a Paracatu. Minha família, por parte de mãe está quase toda aqui. E como mineiro é desconfiado, é muito bom ter uma identidade com o lugar, onde aliás passei a maior parte da vida”, brinca Felipe, destacando que, por trabalhar com o patrimônio alheio, a atividade imobiliária exige alta credibilidade. “Sem dúvida, o histórico da minha família, exemplificado na figura do meu avô, Silvio Lepesqueur, ajudou muito na consolidação da nossa credibilidade com os clientes”, ressalta.
Integrar a ABMI, no entender de Felipe, é antes tudo estar aberto à troca de ideias e ao intercâmbio de informações.
“Vislumbramos na ABMI uma maneira de aprender, de participar ativamente do mercado, de ter contato com players já renomados, de trocar experiências, mostrando o que temos a oferecer e captando as melhores práticas. Temos uma expectativa muito grande em relação à ABMI, principalmente no que se refere à volta dos encontros presenciais, quem sabe quando sairmos um pouco desse cenário de pandemia. Queremos criar relacionamentos, fazer novas amizades dentro do nosso mercado”, resume Felipe.
Com a Área 38 Imobiliária, de Paracatu, a ABMI agora tem três associadas em Minas Gerais. A Área 38 veio a somar com Céu-Lar Netimóveis, de Belo Horizonte, e Ivan Negócios Imobiliários, de Uberlândia.