O primeiro indicador de confiança do mercado imobiliário residencial brasileiro foi oficialmente apresentado na manhã de ontem (12/3/2021), durante o Summit Abrainc, evento online promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, que reuniu CEOs de incorporadoras, construtoras, líderes setoriais, analistas financeiros, economistas, políticos e representantes do governo.
O levantamento realizado no início do ano pela consultoria empresarial Deloitte e pela Abrainc mostrou que o setor encerrou 2020 em alta e se mantém otimista para 2021, com empresas preparando lançamentos em todos os segmentos.
45 empresas ouvidas
Giovanni Cordeiro, economista-chefe da Deloitte, apresentou durante o evento primeiros números do Indicador de Confiança do Setor Imobiliário Residencial, que ouviu executivos de 45 empresas, entre incorporadoras e construtoras, para aferir a intenção de realizar investimentos este ano.
Para 53% dos empresários do ramo, a procura por imóveis aumentou entre outubro e dezembro. Os entrevistados consideram que a baixa taxa de juros e o aumento na oferta de crédito imobiliário foram os grandes indutores para o crescimento das vendas. Entre os entrevistados, 95% pretendem lançar novos empreendimentos residenciais para os próximos 3 a 12 meses.
No segmento Casa Verde e Amarela (CVA), programa habitacional do governo federal, 100% das empresas ouvidas afirmaram que tencionam lançar empreendimentos. No segmento médio e alto padrão (MAP), as intenções caem levemente, mas também são altas, batendo 91%.
O otimismo reflete os resultados do 4.º trimestre de 2020, com destaque para o segmento MAP, que teve um crescimento de 70% nas vendas.
Organizado em dois painéis, o evento da Abrainc contou com 16 participantes, entre eles o presidente da Abrainc, Luiz Antônio França, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e o primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos.
Crédito da Caixa em alta
Pedro Guimarães, presidente da Caixa, informou que o banco realizou R$ 116 bilhões em créditos imobiliários em 2020, e deve alcançar os R$ 130 bilhões em 2021. No primeiro bimestre deste ano, o crédito imobiliário efetivo cresceu 78% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Temos quatro linhas de crédito disponíveis. O cliente escolhe”, explica ele. A mais recente, apresentada pelo banco há apenas dez dias, atrelada ao rendimento da poupança, experimentou uma procura tão grande que já representa 30% das cotações, sendo 60% com base na TR e 10% no IPCA. “O segmento de crédito é muito disputado em outros países”, disse ele, “porque oferece uma estabilidade muito grande”.
O presidente da Caixa informou também que a instituição vem crescendo no crédito imobiliário para pessoa jurídica. Em 2018, foram 2,1 bilhões de reais disponibilizados. Em 2019, 4,5 bilhões de reais. Em 2020, o valor saltou para 12,8 bilhões de reais. “Apenas em março de 2021, deveremos emprestar 3 bilhões de reais: mais do que todo o ano de 2018”, comparou Pedro Guimarães.