No momento da procura por um imóvel, os meios digitais têm a preferência de mulheres e homens de maneira geral. No entanto, as mulheres mostram uma afinidade maior com a corretagem e as imobiliárias. Na hora da busca, corretores e imobiliárias têm 54,9% da preferência das mulheres, contra 46,6% dos homens.
Esse é um dos muitos aspectos levantados na pesquisa sobre como as mulheres compram imóveis, apresentada em live promovida pela ABMI, na noite de 7/10/20, por Carolina Dantas, CPO da Behup, empresa que realizou o estudo, e Elisa Tawil, fundadora do Mulheres do Imobiliário, primeiro grupo feminino do setor voltado à busca de equidade de gênero em toda a cadeia produtiva.
Mostrada simultaneamente na página do Facebook e no canal de YouTube da ABMI, a live foi um aquecimento para o Digimobi 2.0, que está vindo por aí, reunindo ofertas digitais para comercialização e aluguel de mais de 40 empresas afiliadas à entidade.
Raquel Trevisan, da Imobiliária Taperinha, de Santa Maria, RS, e Virginia Duailibe, da Duailibe Imobiliária, de São Luís, Maranhão, conselheira da ABMI, foram as anfitriãs da live, em nome da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário.
Mulheres compram diferente
Realizado pouco antes do início do isolamento motivado pela pandemia, o estudo ouviu primeiramente 1.835 pessoas – 50% homens e 50% mulheres – das classes A e B, nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. Das pessoas pesquisadas, 43,9% pretendiam comprar nos próximos 12 meses e 19,7% tinham comprado um imóvel nos últimos 3 anos. Para finalizar, foram pesquisadas 613 pessoas que compraram de fato um imóvel ou que estão pretendiam comprar nos próximos 12 meses.
Na live, Carolina Dantas enfatizou que as mulheres compram imóveis diferentes de homens. “Alias, as mulheres compram tudo diferente dos homens. As mulheres são culturalmente diferentes dos homens. O que é mais concreto observar é que culturalmente a gente cresceu diferente. Com padrões diferentes, com expectativas diferentes. Da mesma maneira que não podemos esperar que um chinês compre que nem um brasileiro, não podemos esperar que uma mulher compre igual ao homem. Tem diferenças e tem diferenças no papel”.
Papel de protagonismo também
Ainda segundo Carolina, a pesquisa mostrou que mulher não tem mais somente o papel tradicional como coadjuvante da compra de um homem. “A mulher tem vários papéis na compra de um imóvel, inclusive um papel de protagonista nesta compra. Essa é principal clareza que o estudo traz: ela tem vários papéis, inclusive o de protagonista e, sim, elas compram diferente”.
Logo no início da live, as anfitriãs Raquel e Virginia destacaram a valorização que as mulheres demonstraram na pesquisa em relação ao papel de corretores e corretoras, bem como das imobiliárias, na hora da busca pelo imóvel.
Para Elisa, é importante olhar para a pesquisa, fazendo-se uma análise combinada de dados. Além da atenção da importância dada a corretagem e imobiliária, a pesquisa mostrou, de acordo com Elisa, que a mulher também visita menos os estandes de venda. E o número de mulheres que visita apenas uma vez antes de comprar é muito maior do que o dos homens.
“Uma hipótese muito factível e muito real da nossa realidade, é que a mulher pesquisa mais, ela usa mais dos meios digitais. Então quando ela vai procurar alguma imobiliária, uma corretora, um corretor, no meio da compra ela já está informada do que e quer, porque ela fez um trabalho prévio de pesquisa”, explica Elisa, justificando tal comportamento com base em seus estudos relacionados à liderança feminina.
Peso do lead feminino
“Essa mulher, que hoje tem uma jornada tripla de trabalho, tem de se preocupar com vida pessoal dela, a vida familiar. Então ela tem que usar os instrumentos, as facilidades que a gente tem hoje. Quais facilidades são essas? Acesso digital para pesquisa, por exemplo. Por isso o Google vai disparar na relação da busca. Agora, na hora de tomar a decisão, ela vai precisar de alguém que ajude e instrua nessa decisão, e aí entra essa grande ferramenta da corretagem e da imobiliária, que dá esse suporte de conectar o conhecimento que ela adquiriu com a vontade de compra”, diz Elisa, ressaltando a importância de que se veja nos dados levantados pela pesquisa que o lead feminino é muito potente.
A principal mensagem deixada pela pesquisa, de acordo com Elisa, é de que, além dos aspectos “de liderança feminina, da importância que isso tem no mundo, por conta de questões políticas, sociais, da diversidade, da inclusão, há abordagem pelo lado do mercado imobiliário. Estamos trazendo números para mostrar que não é somente uma questão da causa da mulher, é uma questão que envolve também a efetividade do nosso negócio”, concluiu.
A live, tal qual a pesquisa, abordou uma série de outros aspectos relevantes para se avaliar a relação mulher-mercado imobiliário.
A live pode ser revista tanto no canal da ABMI no YouTube, quanto na página da entidade no Facebook.
Aqui você pode baixar o estudo completo em PDF.