Financiamento na planta para imóveis de alto padrão e um modelo de negócios que é sucesso regional estão entre os pontos principais a serem abordados na entrevista que será feita com o superintendente-executivo de Habitação da Caixa no Estado de Pernambuco, Marcelo Maia de Almeida (foto), no 89º Encontro da ABMI, que acontece em Recife, de 13 a 15/3/24.
Tendo como associada anfitriã o Hub Nogueira Corretores de Imóveis, o evento, que será realizado no Hotel Grand Mercure, localizado na praia de Boa Viagem, tem, além do superintendente-executivo de Habitação da Caixa Econômica Federal em Pernambuco, a confirmação de outras atrações, como João Paulo Gomes, especialista em Neurociência, com ênfase em comportamento humano e Neuromarketing; Eduardo Luiz, CEO do AluOK, plataforma de gestão para imobiliárias; Gabriela Didier, especialista em Desenvolvimento Humano; Claubert Barreto, gestor Norte e Nordeste da Brain Inteligência de Mercado; e Eduardo Loyo, presidente da Empetur (Empresa de Turismo de Pernambuco).
Na terra do frevo e do maracatu, o ritmo quente do mercado imobiliário será analisado em seus mais relevantes aspectos, com palestras, painéis e entrevistas que serão realizados nos dias 14 e 15/3/24, quinta e sexta-feira.
O primeiro dia do evento, o dia 13/3, ficará reservado para visitas dos associados à empresa anfitriã, o Hub Nogueira, que tem como fundador e CEO, Armando Nogueira, não por acaso conhecido no mercado como “trator de vendas”.
O evento é exclusivo para dirigentes e colaboradores de empresas associadas, mas aberto à imprensa, bastando para tanto buscar credenciamento com a assessoria de imprensa da ABMI ou da empresa anfitriã, o Hub Nogueira.
Graduado em Administração, MBA em Banking, Gestão Bancária e Gestão do Mercado Imobiliário, Marcelo tem uma carreira de 18 aos na Caixa, com atuação há 15 em cargos de gestão e liderança.
Há quatro anos é responsável pela Carteira de Crédito Imobiliário em Pernambuco, com atuação destacada junto aos mercados de médio e alto padrão, expansão das operações de financiamento à produção, além da gestão dos programas habitacionais do Governo Federal, como o “Minha Casa Minha Vida”, e programas estaduais como o “Morar Bem Pernambuco”.
Com base em votação de construtoras associadas, recebeu, em 2023, o prêmio Profissional do Ano no Mercado Imobiliário, conferido pela Ademi Pernambuco.
Veja a seguir os principais pontos da entrevista que Marcelo Maia de Almeida concedeu ao site da ABMI.
Fale sobre a Agência Singular e a participação de Pernambuco na sua concepção.
A Agência Singular é um projeto-piloto da Caixa, que elaborou um modelo de ponto de atendimento para os clientes de alta renda, seguindo as práticas já existentes no mercado. A primeira Agência Singular da Caixa foi em Recife. Fomos escolhidos como piloto, e a nossa participação nessa criação e na expansão desse modelo foi na implantação dentro dessa agência de empreendimentos que atendem ao público de alto padrão. Dessa maneira, pudemos viabilizar um atendimento diferenciado para o perfil que compra imóveis de médio e alto padrão. Temos, então, uma agência diferenciada para dar esse atendimento especial para eles e, em contrapartida, conseguirmos fomentar e expandir a carteira de clientes deste segmento na Caixa por meio da habitação, que funciona como uma porta de entrada para esse novo público.
É por meio da Agência que se tem incrementado a construção de imóveis de alto padrão nas áreas litorâneas?
Sim, a Caixa, enquanto um banco público, tem a sua imagem muito voltada para o atendimento social e, na habitação, para o Minha Casa Minha Vida. Mas conseguimos hoje por meio da Agência Singular ter um canal de atendimento adequado ao perfil do cliente que adquire esses imóveis no litoral. Então quebramos aquela imagem de ser um banco somente social. E isso, com certeza, contribui nessa estratégia de financiamento de imóveis de alto padrão no litoral. Mas já expandimos essa atuação e agora temos empreendimentos de alto padrão também na cidade.
O crédito imobiliário envolvido no processo alimenta tanto a produção quanto a aquisição desses imóveis?
Com certeza, envolvemos também a produção. O grande diferencial desse novo mercado que a gente criou é justamente financiar a produção. Quando financiamos a produção do empreendimento, conseguimos financiar o cliente final ainda durante a construção. É o que chamamos de financiamento na planta. Ou seja, só financiamos na planta, quando financiamos a produção.
É por meio da Agência que se tem incrementado a construção de imóveis de alto-padrão nas áreas litorâneas?
Esse apoio de financiamento à produção permitiu uma alavancagem desse mercado e um crescimento acelerado da quantidade de empreendimentos que foram lançados. Imagine-se uma incorporadora que vai investir num empreendimento de alto custo. Estou falando de empreendimentos grandes, com estrutura de resort, empreendimentos de luxo mesmo. Se ela vai investir capital próprio ou vai ao mercado de capitais para se capitalizar e fazer um empreendimento desse perfil, ela tem uma capacidade de investimento X. Quando entramos com uma linha de crédito da Caixa, com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) financiando a produção, permitimos que esse mercado consiga se alavancar e, em termos de impacto, praticamente dobramos o número de lançamentos deste perfil de empreendimento com financiamento na planta. Em Pernambuco, em 2023, superamos, pela primeira vez, a marca de R$ 4 bilhões em crédito imobiliário.
É óbvio que tais ações na área habitacional colaboram para incrementar o turismo na capital pernambucana. Como avalia os resultados da atuação da Caixa na economia regional?
Nós temos uma característica muito marcante, que é possuirmos um potencial turístico enorme no nosso litoral e nas praias que são próximas à capital pernambucana. Temos Porto de Galinhas, Carneiros, por exemplo, entre os mercados mais aquecidos. Com essa alavancagem e essa multiplicidade que demos ao setor, aumentamos a capacidade de receber turistas, porque muitos dos nossos clientes adquirem esse imóvel para uso pessoal e para investimento. Percebemos que há essa característica do recifense, do pernambucano, de adquirir imóvel, no caso de alguns, para morar, porque as praias ficam próximas à capital. Temos quem adquira para uso pessoal – veraneio, final de semana, pois temos calor o ano todo. O cliente compra para usar no final de semana com a família, para ter um momento de lazer, e, quando ele não está usando, coloca o imóvel para o aluguel por temporada – o stay home – e, assim, consequir uma renda a mais. Além disso, temos aquele cliente que nem é daqui e que compra especificamente para investimento. O impacto no turismo vem do aumento da capacidade hoteleira, para atender uma demanda que já existe. Em Porto de Galinhas, por exemplo, temos, em determinadas épocas do ano, lotação máxima. Mas, com certeza, com maior quantidade de empreendimentos voltados para esse investimento de locação por temporada, vamos ter um incremento muito bom no turismo.