“Era uma fazenda anexa à cidade.  A família que era proprietária nos contratou para desenvolver um produto imobiliário. Como não éramos detentores de capital, teríamos que ser os instrumentadores do negócio para atrair investidores. Quando falávamos que havia tal possibilidade na região quase sempre sugeriam que fôssemos encaminhados ao psiquiatra. Estão loucos. Um empreendimento com 4.500 lotes num município com cerca de 80 mil habitantes?  Um investimento muito alto, avaliavam. Quem vai vir morar neste lugar? Ninguém acreditava no empreendimento, algo muito disruptivo para o ano de 2013.”

Quem conta essa história é Carlos Sefrin, 46 anos, tecnólogo em negócios imobiliários com especialização MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e sócio fundador da Sefrin Negócios Imobiliários, que em 4 de dezembro de 2020 comemorou seu 20º aniversário.

 Paranaense de Apucarana, Carlos lembra que a empresa encarou um grande desafio ao prospectar e estruturar a parceria imobiliária que resultou no lançamento de vendas, em julho de 2013, do Residencial Greenville, o loteamento que ganhou destaque como o maior do interior do Estado de Rondônia e se tornou um emblemático case de sucesso para a Sefrin Negócios Imobiliários.

Carlos Sefrin, sócio fundador da Sefrin Negócios Imobiliários

Com o apoio de investidores, o empreendimento, segundo Carlos, é hoje uma feliz realidade, “com mais de 70% comercializado e contando com vários investimentos em suas áreas institucionais, como o maior hospital municipal e a vila olímpica, além de ter sido escolhido para ser a sede do Complexo Operacional e Administrativo da Polícia Civil”.

“Esse loteamento tornou-se um marco para Rondônia e em especial para Cacoal, município com apenas 43 anos de emancipação, que ocupa o 4º lugar no ranking das cidades interioranas do Estado, com mais de 85 mil habitantes atualmente. A cidade é focada no agronegócio e somos a capital do café na Região Norte. Ao mesmo tempo Cacoal é polo regional de serviços nas áreas de medicina, saúde e educação”, completa Carlos.

Com atuação nas áreas de locação, vendas, empreendimentos, administração de carteira e desenvolvimento imobiliário, a Sefrin, como todo o mercado imobiliário também viveu momentos de incerteza em 2020 com o início da pandemia, mas conseguiu superar as dificuldades graças, em boa parte, à utilização de ferramentas digitais.

Para Carlos, o começo de 2020 “separou os homens dos meninos”. Recorda que ao voltar de João Pessoa (PB), após último encontro presencial realizado pela ABMI, em março do ano passado, tudo já estava fechando ou fechado por conta do Covid 19.

“Renegociamos locações. Tínhamos um projeto para lançar no primeiro semestre, com 192 apartamentos, 22 mil metros quadrados de obras. Fizemos um cronograma para o segundo semestre, com abertura de decorados, campanha de marketing.  Fizemos reuniões virtuais de benchmarking com os colegas da ABMI, em especial Milton Sordi, da Santa Maria (Chapecó-SC), Eduardo Cury, da Concreto Imóveis (Bauru-SP) e Alfredo Freitas, da Nova Freitas (São José dos Campos-SP). De repente, começamos a prospectar, prospectar e vendemos 100%. Um negócio que, imaginávamos, levaria um ano para se concretizar em nossa cidade, com muita dificuldade. Vendemos tudo antes mesmo da abertura do decorado”, recorda Carlos. 

“Fizemos uma pré-venda e uma tabela dinâmica”, continua Carlos. “Fomos regulando, subindo a régua da tabela. O ano terrível se tornou uma colheita fabulosa, mas sempre não deixando de semear, não deixando de arar a terra, por mais dura que ela estivesse, e acreditar. Foi um marco para a Sefrin em 2020”, acentua Carlos, destacando as ferramentas utilizadas.

“As negociações se deram por meio de uma plataforma de lançamento chamada Anapro, entre outras ferramentas digitais. Além do nosso site (www. sefrinweb.com.br), usamos as redes sociais, Instagram e Facebook, com base em discussões com colegas da ABMI. Usamos o QR Code, depois de conversar com a Nogueira Corretores de Imóveis, lá de Recife (PE), para aquecer o lugar, fazer os pré-cadastros.  Fizemos muitos disparos de WhatsApp e utilizamos pouca mídia offline. E começamos trabalhar com a secretaria de vendas. Todos os clientes, todo o primeiro contato ia para uma triagem na secretaria de vendas.”

Segundo Carlos, como os corretores de imóveis da região não acreditassem muito nesta proposta de um lançamento em pleno início de pandemia, substitutos foram formados internamente. “Pegamos gente de locação, do financeiro, pessoas que já vinham na jornada de obter o Creci. Efetivamos como corretores, e deu muito certo. Uma experiência que nos inspirou para lançamentos próximos, 100% digitais e uma ideia de e-commerce junto com a Anapro, plataforma muito utilizada pelas duas maiores loteadoras e incorporadoras do Brasil”, antecipa.

Com sede num imóvel alugado de 240 m², a Sefrin Negócios Imobiliários conta atualmente com 30 colaboradores, informa Carlos, lembrando que em 2016 a condução da empresa ganhou um importante reforço, para atuar como diretor-comercial. Trata-se de Guilherme Sgorla, administrador de empresas com experiência na gestão comercial do setor atacadista e distribuição de alimentos, que entrou como sócio da Sefrin.

“Atualmente a gestão da imobiliária é feita por mim, minha esposa, Regina Sefrin, que é formada em administração de empresas e atua como diretora administrativa, e o Guilherme”, explica Carlos.

ABMI: um gabarito

Associado desde 2019, os olhos de Carlos brilham ao falar da ABMI.

“Cacoal produz o melhor café da Região Norte, e nós da Sefrin queremos protagonizar no mercado imobiliário com a ajuda da ABMI. Ingressar na Associação foi a maneira de trazermos para Cacoal e Rondônia o profissionalismo na área imobiliária. Ela é nossa fonte de informação, exemplo de melhores práticas, um verdadeiro gabarito”, compara.

Carlos, Regina Sefrin e Guilherme Sgorla

“Somos muito recentes na ABMI. Ao observarmos de muito longe era como um anão assistindo a um jogo da NBA. Aqueles caras gigantes, enormes. Imagine a emoção que foi um dia estar na quadra com essas feras e ser tão bem acolhido. Falar da ABMI nos emociona, pois ela tem um significado maior. Estamos muito longe do eixo de informações, longe de São Paulo, do Rio de Janeiro, do Sudeste e do Sul. E a ABMI é o maior celeiro do mercado imobiliário ao qual poderíamos ter acesso. São pessoas extraordinárias, dinâmicas, incansáveis, inconformadas. Uma intensidade muito grande de produzir conhecimento. Onde tudo pode ser melhorado, tudo pode ser compartilhado”.

“Clínico geral”

Carlos lembra que o começo da empresa foi difícil. “Eu vim de baixo. Após o curso de técnico em transações imobiliárias (TTI), entrei para a faculdade e me formei como tecnólogo em negócios imobiliários. Na sequência vi a necessidade de uma MBA e me desloquei até Cuiabá, no Mato Grosso, onde conheci o Guido Grando Jr., da Rosa Imóveis, antes mesmo de saber que existia a ABMI.”

“Em Cacoal trabalhamos como ‘clínico geral’. Não dá para ter um nicho, pois a comunidade é bem pequena. Atuamos na administração de aluguéis, uma das maiores carteiras do interior do Estado, e também com aluguel garantido. Trabalhamos na intermediação de imóveis de terceiros, desenvolvemos produtos imobiliários, desde a concepção, aprovação, lançamento, e, em 2018 começamos a administrar as carteiras, os recebíveis desses empreendimentos. Basicamente são três áreas: locação, vendas e desenvolvimento de produtos”, resume.

20 anos de “exclusividade”

Outro ponto destacado por Carlos em termos de filosofia de trabalho é a exclusividade. “Há 20 anos praticamos a exclusividade. Sabemos da dificuldade que isso representa em outras regiões, mas achamos que, como estamos começando, como estamos desbravando o mercado imobiliário da região, precisamos deixar um rastro melhor para as novas gerações que venham a atuar na área, semeando a exclusividade, a ética e ações diferenciadas”, afirma.

Quanto às perspectivas para o semento imobiliário na região, Carlos se declara otimista, até por conta do “delay” que enxerga em relação ao “eixo do Brasil”.

“Isso é muito bom, porque nos permite uma certa previsibilidade. Quando o mercado está bombando em regiões mais desenvolvidas, aqui não está. Então é mais ou menos assim: tira o carro da garagem, lava, lubrifica e, depois, põe na pista. Então, baseados nos cases que temos observado, estamos muito otimistas. Acreditamos muito num crédito imobiliário muito favorável. Temos um déficit de habitação aqui no Norte um pouco diferente, porque há muita submoradia. A regularização fundiária aqui é uma coisa nova, mas a gente está disposta a protagonizar a ‘bancalização’ do cliente, mostrar a ele o caminho do crédito, levá-lo ao banco, regularizar sua situação de renda, pois aqui há muita informalidade e a nossa jornada é bem mais longa. Mas nos sentimos bem mais preparados por conta das experiências.”

Equipe redonda

A pandemia, de acordo com Carlos, acelerou positivamente o segmento imobiliário em certos aspectos, como a formação profissional.

“Como águas calmas não fazem bons marinheiros, se uma faculdade levava cinco anos para ser concluída, a gente fez em dez meses no ano de 2020. A aceleração do Covid foi muito grande. O advento da informação está melhorando muito a formação de novos profissionais e estamos com um celeiro muito bacana. Acho que a equipe da Sefrin nunca esteve tão redonda, tão preparada para o que está por vir”, antevê. 

Comentários (4)

  1. Elizete Alcântara Nogueira
    21 de maio de 2021

    Parabens Carlos e Regina Sefrim. Sucesso merecido. Orgulho por ser representada por vcs empreendedores. Cacoal é honrada por vcs.

  2. Marisa Linhares
    21 de maio de 2021

    Parabéns 👏👏👏👏👏👏muita admiração pelo profissionalismo e ética

  3. Sara Jordani
    21 de maio de 2021

    Excelente profissional! O melhor da região. Dedicado, solicito e estudioso!
    Experiência pessoal com a imobiliária de uma parceria sólida há 10 anos, que venham muitos outros 10 anos em nossa história.
    Parabéns Carlos Sefrin!
    Sucesso sempre.

  4. Regina Sefrin
    24 de maio de 2021

    Gratidão ABMI! É uma honra aprender com os melhores!

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