Fonte: O Tempo

21 de outubro de 2024

Em coluna publicada em 21/10/24 no jornal “O Tempo”, de Belo Horizonte (MG), Adriana Magalhães, diretora de Missões Empresariais da ABMI e diretora de Estratégias da CéuLar Netimóveis, associada da entidade na capital mineira, aborda a questão da tokenização imobiliária.

Confira no Clipping ABMI:

TOKENIZAÇÃO IMOBILIÁRIA

Como a tecnologia digital pode impactar o mercado

Por Adriana Magalhães (*)

A recente publicação do Drex (moeda virtual do Brasil) pelo Banco Central, aliada à perspectiva de crescimento no mercado imobiliário, bem como à retomada dos investimentos e abertura de novos negócios, além do déficit habitacional na ordem de 5.8 milhões de moradias, segundo a Fundação Getulio Vargas, são fatores que têm mantido crescente a demanda por imóveis em todo o país.

No esteio desse cenário, uma modalidade de aquisição de imóveis tem despertado cada vez mais o interesse dos incorporadores e proprietários de imobiliárias, ávidos por novas tecnologias que facilitem a vida dos clientes, proporcionem segurança, a otimização do atendimento e a satisfação do negócio: a tokenização imobiliária.

Na prática, um mecanismo que permite o registro de uma propriedade em ‘códigos digitais únicos’ – tokens-; eles são armazenados em um registro público e imutável de transações, o que torna a posse do imóvel segura e transparente, podendo ser até dividido em partes, cotizando uma negociação.

Esse novo conceito de transmissão de propriedade foi tema de um evento este mês, em Belo Horizonte, promovido pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), com a presença de Andreas Blazoudakis, fundador e CEO da Netspaces, primeira startup brasileira a digitalizar um imóvel.

O evento Digitalização no Mercado Imobiliário reuniu os principais personagens do setor em Minas Gerais e abordou as nuances da tokenização, modalidade que começa a ganhar espaço também no mercado mineiro, a exemplo de outros estados. Como no Rio Grande do Sul, onde, em 2023, uma professora gaúcha se tornou a primeira se tornou a primeira pessoa no Brasil a ter a propriedade digital de um imóvel.

Na prática, a tokenização Imobiliária, ferramenta considerada ainda nova no segmento, promete revolucionar o mercado num futuro próximo: é uma forma de se negociar um ativo representado por um registro digital criptografado, no caso, o Token. Uma propriedade fracionada, por exemplo, pode atrair consumidores com pouco capital mas que desejam se lançar nesse tipo de investimento imobiliário, além de possibilitar o aumento da liquidez da oferta do bem, agregando valor.

Outro ponto positivo é que o ativo pode ser negociado por meio da remuneração de aluguéis, pela locação parcial do imóvel e até mesmo na forma de condomínios pelo sistema de cotistas. Além da possibilidade de ser negociado em vários lugares do mundo.

Tudo isso, sem dúvida, representa uma verdadeira disrupção e evolução nas tratativas do mercado imobiliário. Estamos falando de algo que chegou para democratizar o acesso ao bem, com a possibilidade de maior rentabilidade nos negócios e que torna mais simples os processos, menos burocráticos e mais dinâmicos.

Uma ferramenta em sintonia com o que há de mais moderno em tecnologia e que vem para somar, modificando a forma de se negociar com o cliente, por meio da exploração de suas múltiplas versatilidades.

Enfim, é o uso da tecnologia, cada vez mais recorrente, e que se coloca como mais um desafio para o nosso setor. O mercado imobiliário de Minas Gerais só tem a ganhar com as funcionalidades oferecidas pela tokenização, usufruindo das inovações para fidelizar ainda mais o cliente, nosso bem maior.

(*) Adriana Magalhães é diretora da CéuLar Netimóveis e da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário

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