No 86º Encontro da ABMI, que terá como palco Belo Horizonte, de 16 a 18 de agosto, tendo como associada anfitriã a CéuLar Netimóveis, uma das atrações em termos de conteúdo foi a palestra “O papel da comunicação nas empresas do mercado imobiliário”.
Cássia Ximenes, a palestrante, é jornalista com especialização em comunicação empresarial, empresária e, entre outras funções, preside a Câmara do Mercado Imobiliário e o Sindicato de Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), organizações de grande relevância que reúnem mais de 17 mil empresas em diversos segmentos da indústria imobiliária.
CEO da Ximenes Netimóveis, que tem origem na Silvio Ximenes Imóveis, Cássia afirma com orgulho que sua vida toda está ligada ao mercado imobiliário e que a empresa iniciada por seu pai, Sílvio Ximenes, em 1950, ajudou a formar muitos dos empresários ativos no setor até hoje.
Primeira palavra foi “cliente”
“Nasci e cresci no mercado imobiliário. A primeira palavra que eu aprendi a falar, tenho certeza, não foi ‘papai’, nem ‘mamãe’, como a maioria das crianças. Meu palpite é que a primeira palavra que falei foi ‘cliente’”, brinca Cássia Ximenes, lembrando o pioneirismo da Sílvio Ximenes Imóveis:
“Foi das primeiras empresas do mercado imobiliário de Minas Gerais. Temos muita satisfação em falar que formamos boa parte dos empresários que hoje estão aí. Muitos deles começaram como corretores na nossa empresa. Inclusive, o que muito nos orgulha, o pai da Adriana Magalhães, da CéuLar, anfitriã deste evento da ABMI, em Belo Horizonte. O doutor Fernando foi picado pelo mosquitinho do mercado imobiliário pela gente. Ele era amigo do meu pai, e foi convidado a trabalhar como corretor. Gostou. E hoje a CéuLar está aí na segunda geração, como nós na Sílvio Ximenes”, rememora.
Para Cássia, o que mantém tais empresas ativas e a pleno sucesso no mercado são os valores relacionados à ética e o ao compromisso de proporcionar a melhor experiência para o cliente. No entanto, não se limita apenas à tradição. Ximenes reconhece a crucial necessidade de comunicação efetiva e o impacto transformador que ela pode ter nas empresas.
Em suas próprias palavras, “a comunicação é a coluna vertebral de qualquer instituição, de qualquer empresa. Sem se comunicar, não se faz nada. É possível ter o melhor desempenho do mundo, mas se não souber comunicar aquele trabalho maravilhoso que se tem com o cliente primeiro, que é o cliente interno, e com o segundo cliente, que é o cliente final, não se consegue o sucesso que todos procuram.”
Apesar de todas as influências relacionadas ao setor imobiliário, na hora de optar por uma graduação, Cássia percebeu que à época não havia um curso superior que fizesse menção direta ao mercado de imóveis.
Influenciada por um tio, escolheu Comunicação Social, com opção de graduação em Jornalismo. Depois de formada, fez uma especialização em Comunicação Empresarial, “que era uma área que me atraía bastante”.
Com a especialização, trabalhou como apresentadora de TV, repórter de rua, editora de imagem e, também, em rádio. No entanto, com o forte desejo de ir além do que passar informações, montou uma produtora de vídeo, que, entre outras atividades, produziu, por 25 anos, um telejornal semanal voltado aos funcionários de uma grande empresa mineira, com a proposta de reduzir o “analfabetismo funcional” existente de maneira geral tanto entre empregados graduados quanto de chão de fábrica.
“Escolhida pela profissão”
Quando o pai completou 75 anos e chamou os filhos para assumir a empresa, ela disse que ficou numa sinuca de bico, mas unindo sua experiência em comunicação empresarial e a vivência familiar com o mercado imobiliário, juntou o útil ao agradável assumiu um lugar no comando da Sílvio Ximenes, que, após entrar para a maior rede de imobiliárias do país, passou a se chamar Sílvio Ximenes Netimóveis.
“Não foi a profissão que eu escolhi. Foi a profissão que a vida escolheu para mim”, afirma Ximenes, lembrando que a partir daí decidiu entender profundamente o mercado imobiliário.
“Tinha um grande mestre dentro de casa na verdade. Meu pai foi um super professor, me ensinou muito, mas eu queria mais. Queria saber como as outras pessoas pensavam o mercado, o que acontecia nos outros países. Comecei a estudar e me aproximei da Câmara do Mercado imobiliário (CMI), entidade que comecei a frequentar junto com meu pai em 1998, como uma forma de enfrentar o machismo que imperava e ainda impera no setor”.
Em sua busca incessante por aprimoramento, Cássia fez um curso de pós-graduação na Fundação Dom Cabral. “Foi a primeira turma de Gestão de Negócios Imobiliários. Um curso da CMI em parceria com a fundação. Gostei tanto que me tornei professora na Fundação Dom Cabral. A minha cadeira lá é a Iniciação em Negócios Imobiliários”, conta.
Belo Horizonte para 2044
Além de se capacitar cada vez mais sobre o que precisa o mercado imobiliário, Cássia persistiu em participar das atividades das entidades voltadas ao setor. Depois de tentar várias vezes sem sucesso, conseguiu emplacar uma vice-presidência na CMI. Numa outra eleição, transformou-se na única mulher até aqui a presidir a CMI e o Secovi-MG.
“São 29 Secovis espalhados pelo Brasil. Sou a única mulher a presidir um Secovi. Mas não tem problema. Já há várias mulheres vice-presidentes e acredito que em breve teremos outras presidentes de Secovi Brasil afora”, afirma, esperançosa.
Atualmente, além desse importante cargo, entre outras funções em meio a organizações voltadas ao mercado imobiliário e ao setor urbano, Cássia é vice-presidente da Fecomercio MG (Federação do Comércio de Minas Gerais) e coordenadora nacional de Inovação do Nercado Imobiliário da CNC (Confederação Nacional do Comércio).
No âmbito municipal, ela é também presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Belo Horizonte (Codese-BH), uma organização da sociedade civil organizada que reúne cerca de 90 entidades.
“Dentro do Codese, estamos planejando Belo Horizonte para 2044”, destaca Cássia, lembrando que “o projeto já está alinhado e deverá ser entregue aos próximos candidatos à prefeitura de BH, para que seja aprovado em cartório e o plano passe a ser respeitado e aplicado independentemente de quem estiver à frente da gestão”.
Palestrante das mais requisitadas, Ximenes afirma que compartilhar conhecimentos e maneiras de trabalhar é seu maior prazer.
“Acredito realmente que só vamos ter uma empresa boa, se a empresa do vizinho for boa também. Então, temos de trabalhar nessa aliança, no sentido de fazer um mercado cada vez mais forte, cada vez mais inclusivo, cada vez melhor”, finaliza.
Gaspar fiorini
15 de agosto de 2023Parabéns Claudia Ximenes, coricolum invejável