Especialista em Desenvolvimento Humano, com experiência de mais de 15 anos cuidando de pessoas e mais de 20 mil horas entre atendimentos e treinamentos, Gabriela Didier, está entre as atrações já garantidas para o 89º Encontro da ABMI, de 13 a 15/3/24, em Recife (PE).
No evento presencial que tem como associada anfitriã o Hub Nogueira Corretores de Imóveis, empresa recifense que ocupa posição de liderança no mercado regional, Gabriela Didier, tratará de um tema extremamente pertinente aos tempos atuais: “Os desafios da liderança em meio à velocidade da IA”.
Em entrevista ao site da ABMI, Gabriela afirma que a Inteligência Artificial “pode assumir tarefas repetitivas, liberando tempo para os funcionários se concentrarem em atividades mais complexas e significativas”.
“Entender de gente cada vez mais”
Nesse contexto, segundo ela, “o líder precisará entender de gente cada vez mais, se interessando pelos seus liderados e sabendo as necessidades individuais. Esse líder deverá incentivar cada vez mais a aprendizagem contínua e a gestão de mudança na empresa”.
Graduada em Administração de Empresas e com MBA em Gestão de Serviços, Gabriela possui em seu currículo uma série de certificações de instituições nacionais e internacionais, e experiências que incluem atuação em multinacional do mercado financeiro, consultoria executiva de marketing e vendas, trainer em liderança e vendas, além de empresária nos segmentos de distribuição de alimentos e estética.
O 89º Encontro da ABMI, que acontece no Hotel Gran Mercure, localizado na praia de Boa Viagem, já tem confirmados também Eduardo Luiz, CEO do AluOK, plataforma de gestão para imobiliárias; Marcelo Maia de Almeida, superintendente de Habitação da Caixa Econômica Federal; João Paulo Gomes, especialista em Neurociência, com ênfase em comportamento humano e neuromarketing; e o renomado economista e ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega (Confira aqui entrevista com Maílson).
Na terra do frevo e do maracatu, o ritmo quente do mercado imobiliário será analisado em seus mais relevantes aspectos, com palestras e painéis, realizados nos dias 14 e 15/3/24, quinta e sexta-feira.
O primeiro dia do Encontro, o dia 13/3/24, ficará reservado para visitas dos associados à empresa anfitriã, o Hub Nogueira, que tem como fundador e CEO, Armando Nogueira, não por acaso conhecido no mercado imobiliário regional como “trator de vendas”.
O evento é exclusivo para dirigentes e colaboradores de empresas associadas, mas aberto à imprensa, bastando para tanto buscar credenciamento com a assessoria de imprensa da ABMI.
Confira a íntegra da entrevista com Gabriela Didier.
Com base em sua extensa experiência em Desenvolvimento Humano, poderia nos dizer como a liderança tem evoluído diante da rápida ascensão da inteligência artificial e de outros avanços tecnológicos?
A evolução é bem lenta, infelizmente. Principalmente quando falamos dos líderes da geração X [pessoas nascidas entre 1964 e 1980]. Não ser um nativo tecnológico acaba dificultando um pouco tudo isso. Existe algumas resistências ainda. Mas a evolução vem sendo adaptar às tecnologias, procurando entender as ferramentas que podem facilitar a gestão e acelerar a tomada de decisão, que precisa estar baseada em dados para que os gestores sejam mais precisos. Isso tudo desafia a habilidade analítica dos líderes. Outra necessidade é estar sempre desenvolvendo as competências de empatia, comunicação e inteligência emocional para lidar com o time. A gestão da mudança criando cultura de inovação é também uma habilidade fundamental para essa adaptação. O que vejo é que o gestor ou líder necessita entender de gente e de tecnologia cada vez mais, desenvolvendo os processos do lado direito e esquerdo do cérebro de forma contínua.
Há muita preocupação com a inteligência artificial substituindo empregos e funções de seres humanos. Como você aconselha os líderes a abordarem estas preocupações nas suas equipes?
As substituições irão acontecer, isso é fato. As atividades burocráticas e repetitivas, sem dúvida serão feitas pela IA. Porém, ao mesmo tempo que haverá perdas, será aberto um leque de oportunidades. Nessa era da IA, a curiosidade e a criatividade devem ser bastante estimuladas e para isso o líder não pode ser mais aquele que controla tudo e a todos, deve estar aberto a novas formas de pensar.As pessoas deverão estar atentas a essas mudanças, que serão muito rápidas, para que já possam se preparar desde agora. Vejo cada vez mais que os líderes deverão ser grandes interessados pelos seus times e ajudar essas pessoas a construir novas trilhas de vida. O aprendizado deve ser contínuo e com estratégias.
Como a inteligência artificial tem influenciado as tendências em Desenvolvimento Humano e qual é o papel do líder neste contexto?
Isso é muito importante! A primeira coisa que irá impactar é na personalização do desenvolvimento. A IA irá permitir a análise de dados individuais e, com isso, haverá iniciativas personalizadas para o desenvolvimento de cada colaborador. A IA poderá identificar as lacunas de desenvolvimento e as avaliações de desempenho poderão ser mais precisas. A IA pode assumir tarefas repetitivas, liberando tempo para os funcionários se concentrarem em atividades mais complexas e significativas. O líder precisará entender de gente cada vez mais, se interessando pelos seus liderados e sabendo as necessidades individuais. Esse líder deverá incentivar cada vez mais a aprendizagem contínua e a gestão de mudança na empresa.
Em sua opinião, quais são as competências mais importantes que um líder deve desenvolver para se manter relevante na era da inteligência artificial?
Autoliderança, liderança (soft skills), relacionamento interpessoal, análise de dados, tomada de decisão, gestão da mudança, negociação e mediação de conflito, comunicação assertiva.
Com a sua formação em administração de empresas e sua experiência no mercado financeiro, como você vê o impacto da inteligência artificial na tomada de decisão estratégica das empresas?
A IA vai promover insights avançadíssimos, automação, análises sofisticadas, otimização dos processos, personalização de estratégias de clientes, identificação de oportunidades de crescimento, gestão de risco e gestão de pessoas.
Como a inteligência artificial está remodelando a gestão de serviços e o que os líderes podem fazer para se adaptar as mudanças que estão surgindo? O que podemos dizer sobre o mercado imobiliário nessa área.
Na gestão de serviços o avanço será ligado ao atendimento a clientes de forma mais inteligente, célere e on-time. Será possível a personalização da experiencia do cliente dando a ele soluções adaptadas às necessidades individuais. As empresas que possuem dados e que não negligenciam a inserção de dados sairão na frente. A IA poderá também ser utilizada para prevenir futuros problemas de clientes. No setor imobiliário, vejo que o corretor vai precisar cada vez mais se especializar, crescer em conhecimento de mercado, de investimento, ser cada vez mais um consultor estratégico de seus clientes, porque o modelo antigo está fadado a sumir. A IA no mercado imobiliário irá impactar o mercado imobiliário assim como os demais mercados, aqui estão algumas formas do impacto:
• Análise de dados para previsões de mercado: histórico de preços, taxa de juros, comportamento do mercado;
• Personalização de recomendação para os compradores e locatários: ter o perfil das pessoas e recomendar;
• Chatboots para atendimento a clientes: fornecimento de informações instantâneas para as primeiras perguntas, agendamento de visitas;
• Avaliação de propriedades: a IA pode avaliar automaticamente os imóveis com base na localização, metragem, condição do imóvel…;
• Realidade aumentada: proporcionar experiências virtuais, permitindo que os clientes explorem o imóvel;
• Automação de processos administrativos: A IA pode ser muito útil para gerar contratos, verificação de documentos, transações financeiras;
• Análise do imóvel para investidores: pode analiser o imóvel para tomada de decisão, informando sobre áreas com potencial de valorização, antecipando tendências.
Essas são algumas formas de impactar. Para isso, cada vez mais as pessoas precisarão estar com mais conhecimento, construindo bons relacionamentos e fazendo a diferença para seus clientes.