“O Dia do Corretor de Imóveis, 27 de agosto, pode ser comemorado das mais diferentes maneiras pelas empresas que compõem a ABMI. O que não se altera é a importância do corretor para o mercado imobiliário, onde sua atuação continua imprescindível, mesmo diante das novas tecnologias e do processo de digitalização, que ganhou um impulso ainda maior a partir da pandemia”, afirma Márcio Schneider, presidente da entidade.

O papel cada vez mais significativo do corretor de imóveis foi ressaltado recentemente por grandes nomes desse segmento num painel virtual da ABMI, denominado “Papo de Corretor”, que reuniu Gonçalo Fernandez, da Fernandez Mera Negócios Imobiliários (São Paulo-SP), Armando Nogueira (Armando Nogueira Intermediação Imobiliária, Recife-PE), Eduardo Cury (Concreto Imóveis, Bauru-SP) e Raul Fulgencio (LPS Raul Fulgencio Consultoria de Imóveis, Londrina-PR).

Porto seguro

Um dos pontos levantados no debate foi o excesso de informações, que às vezes atrapalha o cliente na hora de escolher o seu imóvel. Para Gonçalo Fernandez, diante desse panorama, o cliente busca os serviços de uma imobiliária e dos corretores de imóveis como um porto seguro.

“Todas as nossas empresas têm acesso ao que há de melhor em tecnologia. A Nogueira, a Raul Fulgêncio, a Concreto, enfim todas as imobiliárias ligadas à ABMI têm o que há de mais moderno em tecnologia. Mas o cerne da questão é o profissional. A gente percebeu que em junho quando aumentou o volume de contatos pessoais, quando o nosso corretor pôde de novo ficar cara a cara com os clientes, que o volume de negócios deu um salto completamente diferente”, comentou Gonçalo Fernandez, abrindo espaço para outras análises sobre a atuação do corretor em meio aos avanços da tecnologia.

“Com certeza o contato pessoal tem de existir na venda de um imóvel. Ele começa com todas as ferramentas possíveis que hoje existem. Antigamente a gente brigava para usar o telefone. Hoje nós temos inúmeras ferramentas”, comentou Eduardo Cury, enfatizando que “é a hora de o corretor se colocar na frente de tudo isso e mostrar que ele é a grande ferramenta. Não existe ferramenta tecnológica, se não tiver um grande profissional para manejá-la”.

Domínio da tecnologia

“Sempre achei estranho que especialistas, às vezes bem jovens, marcassem a data do extermínio, do fim do corretor de imóveis. Vamos continuar firmes e usar as ferramentas existentes. Vejo que essa evolução é a evolução da máquina para o uso do profissional competente e experiente. Se o profissional não se posicionar dessa maneira, não procurar as ferramentas que existem hoje, ele vai continuar no passado. O profissional que era competente no passado sem a tecnologia, se ele aprender a usar a tecnologia, vai melhorar muito mais”, concluiu Cury.

Para Raul Fulgencio, o segredo é acreditar e investir no profissional. “O maior investimento na minha empresa não é em tecnologia, não é em instalação, é no profissional. É em gente. O melhor investimento é em gente. O que fideliza o cliente são as pessoas. É a empresa, são os corretores, é o atendimento. Nós instalamos na empresa e na construtora a assinatura digital. De 10, oito a nove querem assinar na empresa. Eles assinam o digital, mas lá, presencialmente.”

Criatividade e presença

“Nossa profissão – continua Raul Fulgencio – é muito importante na vida das pessoas. Nós direcionamos o investimento de uma vida de trabalho. É uma responsabilidade muito grande. Nosso trabalho tem de ser respeitado, valorizado. Nós temos que ser criativos no nosso negócio. Neste momento por exemplo, vai faltar imóvel. Imóvel de qualidade, claro. Nós temos que criar, desenvolver produtos. Eu sempre vendi em crise, desculpem a modéstia. Porque em tempos de crise as pessoas procuram o bom profissional. Quando está bom o mercado qualquer um vende. Neste momento é preciso do corretor para vender. E as pessoas querem estar orientadas por um profissional. Eu invisto sempre na qualidade, eu invisto em gente. Sempre.”

Para quem está se iniciando na carreira de corretor de imóveis, Eduardo Cury aconselha aproveitar o momento. “As pessoas nos querem porque estão precisando de orientação. Não é brincadeira. Eles estão vendo que o imóvel, a casa é mais importante que qualquer outra coisa. O lugar onde se mora é muito mais importante do que o carro, do que o iphone, as tecnologias todas.” O corretor, segundo Cury, tem tudo para fazer a diferença. “Mas é necessário que ele se apresente ao cliente. Tem de falar estou aqui, tem de ligar, mandar whatsapp, tem tecnologia hoje para transmitir essa segurança. Não adianta ligar no dia do aniversário do cliente. Liga no dia do aniversário da venda. De repente ele precisa de outro imóvel. O mercado precisa do corretor. As ferramentas tecnológicas precisam do corretor para funcionar.”

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