
No universo do empreendedorismo brasileiro, poucos nomes simbolizam tão bem a coragem de recomeçar quanto Valter Patriani (foto). Fundador da Construtora Patriani – uma das maiores e mais inovadoras empresas do setor imobiliário no Brasil – ,Valter é um dos destaques entre os palestrantes do 96º Encontro da ABMI, que acontece de 13 a 16/8/25, em Santo André, no coração do ABC Paulista.
A palestra de Valter Patriani está prevista para as 14h do dia 14/8, quinta-feira, primeiro dia de conteúdo do evento. Exclusivo para dirigentes e colaboradores de empresas associadas, o 96º Encontro da ABMI começa no dia 13/8, uma quarta-feira, com visitas à empresa anfitriã, a Guaíra Negócios Imobiliários, empresa fundada em 1987, com sede em São Bernardo do Campo (SP), e atuação nas três cidades do ABC Paulista, região originalmente industrial que faz parte da Grande São Paulo.
Na quinta e na sexta, dias 14 e 15/8, no Espaço Win, em Santo André, palestras e painéis reúnem especialistas e pratas da casa para debater assuntos de extrema relevância que impactam o dia a dia do mercado e das imobiliárias associadas à ABMI espalhadas por todas as regiões do país
Além do empresário Valter Patriani, entre outras atrações, o evento terá palestras de Igor Schultz, sócio da Flow Executive Finders, que falará sobre capacitação e treinamento; de Rafael Alves, que, dentro do mote ‘imobiliária do futuro’, trará três insights para gestores que querem mudar o jogo até 2030; e de Paulo Bio, fundador e CEO da Paulo Bio Real Estate, empresa especializada em imóveis corporativos e industriais com atuação nacional e mais de quatro décadas de trajetória.
Tudo isso, sem contar os painéis protagonizados por pratas da case e a apresentação interativa de “Os Mentalistas”, que, com muito humor, abordarão questões relacionadas a liderança.
O 96º Encontro termina no sábado (16/8) com uma novidade, o “ABMI Integra”, uma imersão por área de atuação, dividida em vendas e locação comercial; backoffice, administrativo e treinamento; e condomínios.
Reinvenção aos 55 anos
Nascido em Novo Horizonte, interior de São Paulo, em 1958, Valter construiu uma carreira marcada por visão estratégica, ousadia e reinvenção. Começou como office-boy aos 16 anos, em uma loja da Varig (Viação Aérea Rio-Grandense), e aos 20 ingressou na então modesta CVC Turismo, em Santo André.
Na CVC ficou por três décadas e meia, trabalhando com seu fundador, Guilherme Paulus, e ajudando a empresa a se tornar gigante no setor. Quando completou 35 anos na companhia, a empresa foi vendida para uma multinacional americana e abriu capital na Bolsa de Valores. Valter participou de todo esse processo, porque era presidente da CVC naquele momento.
Mas foi aos 55 anos, quando muitos pensam em desacelerar, que Valter decidiu iniciar um novo capítulo. Sem querer competir com a empresa que ajudou a construir, ele se voltou para a construção civil – setor que conhecia como cliente e investidor. Observando falhas recorrentes no atendimento e nos projetos das construtoras, decidiu criar uma empresa que fizesse diferente.
Nascia, assim, a Construtora Patriani, com o compromisso de entregar qualidade, inovação e respeito ao consumidor, valores que ele fez questão de imprimir em cada detalhe, inclusive no nome da empresa.
Hoje, com presença marcante em cidades do Estado de SP, como São Paulo, Campinas, Atibaia, Sorocaba, São José dos Campos, Jundiaí, Mogi das Cruzes, Santos e Suzano, além de ser um ícone do setor no ABC Paulista, a Patriani ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão em lançamentos e vendas anuais desde 2021. E mais: é a única construtora com apenas 13 anos de existência a conquistar seis vezes o prestigiado prêmio Master Imobiliário, conhecido o “Oscar” do setor.

Nesta entrevista ao site da ABMI, Valter Patriani compartilha os bastidores de sua trajetória, os desafios de empreender aos 55 anos, a importância da sucessão familiar e os valores que sustentam o sucesso da Patriani. Uma conversa inspiradora com quem acredita que experiência e juventude podem – e devem – caminhar juntas.
Após 35 anos na CVC, a empresa foi vendida para uma multinacional. Como foi vivenciar essa transição de perto?
Foi uma experiência de muito aprendizado e diálogo com todas as partes envolvidas naquele processo, para que tudo ocorresse bem, como ocorreu. Além disso, foi naquele momento que também comecei a pensar na minha transição profissional, na qual a construção civil começava a ganhar mais espaço nos meus projetos futuros.
O que mais te motivou a mudar de setor e iniciar um novo ciclo aos 55 anos?
Eu sempre acreditei que ter imóvel era um bom e rentável negócio e que poderia me ajudar muito a ter uma renda a mais do que a aposentadoria. Por isso, ao longo dos anos, como eu tinha um bom salário como executivo da CVC, fui comprando alguns imóveis, pensando na aposentadoria e na velhice. Os anos foram se passando e quando a CVC foi vendida para uma multinacional americana e abriu capital, fui vendo que aquele ciclo no turismo estava chegando ao fim e eu precisava traçar um novo caminho. Como eu era investidor do mercado imobiliário e comprava de várias construtoras, fui acumulando experiências boas e ruins como cliente desse mercado. Pensava que toda a minha bagagem de cliente poderia gerar bons frutos ao criar uma construtora que atuasse de maneira diferente de muitas outras, que não conseguiam oferecer um atendimento que realmente alcançasse as expectativas dos clientes. No momento em que decidi criar a construtora, o Bruno estava com 21 anos, e o Gabriel, com 17 anos. Revelei o sonho para eles, meus filhos, e a importância da continuidade no comando da empresa. E, tão logo, o Bruno demonstrou que gostaria de trabalhar na construção civil. A manifestação animadora e de apoio dele me fortaleceu a convicção de investir no setor imobiliário. Bruno ficou à frente dos negócios e eu como investidor e conselheiro da Construtora Patriani.
Quais foram os maiores desafios ao empreender na construção civil, sem experiência prévia no setor?
Entre os maiores desafios estava entender das necessidades dos clientes em cada região que chegávamos, a fim de oferecer empreendimentos que realmente os atendessem com conforto e dentro dos seus estilos de vida. Outro desafio importante e ao qual dedicamos atenção constante é o de formar um time capacitado para criar projetos modernos e tecnológicos, que possibilitem que as pessoas morem bem e com baixo custo de condomínio.
Seu olhar como cliente ajudou a moldar a Patriani? Quais são os principais diferenciais da empresa em relação ao mercado?
Verdade. O meu olhar como cliente foi o que me motivou a montar a construtora. Eu queria ajudar a resolver muitos dos problemas que as pessoas têm desde a jornada de construção até o pós-entrega. Problemas exisitirão, mas precisamos ser eficazes para resolvê-los e manter a boa relação com o cliente. Na Patriani trabalhamos os lançamentos a partir do foco do cliente, ou seja, sobre o que ele deseja. Não adianta atuarmos somente naquilo que achamos que pode comercializar bem. Precisamos saber quais são as expectativas das pessoas diante do projeto de ter um lar cada vez mais completo. Temos dezenas de diferenciais (* ver box no final do post). Entre eles, estão ventilação cruzada, casa de campo, elevadores regenerativos, gerador, janelas elétricas e vagas grandes, fechadas, determinadas e com depósito. Esses são alguns entre muitos outros diferenciais que encantam os clientes e são fatores de decisão na hora da compra. Temos muita tranquilidade em dizer que somos pioneiros em muitas dessas ideias. É natural que os clientes visitem a concorrência e vejam o que elas oferecem. Na maioria das vezes, eles voltam e escolher investir num Patriani.
A construtora cresceu rapidamente e se tornou uma das mais reconhecidas do Brasil. Qual estratégia foi fundamental para esse sucesso?
Pensar além dos tempos no que se refere em buscar tecnologias que ofereçam conforto, sustentabilidade e modernidade para os prédios, aliado a um plano de marketing forte que leve a mensagem do produto de maneira clara e atraente, para que conheçam ao vivo tudo o que oferecemos em nossos estandes de vendas. Ter um pós-venda de muita proximidade com o cliente, dando a ele a condição de acompanhar toda a jornada de cerca de três anos de construção do seu prédio. Além disso, ter um time forte para escutá-lo e atendê-lo com qualidade e agilidade.
Como você avalia a inovação no setor imobiliário? O que a Patriani tem feito para se manter à frente?
A inovação no setor precisa acompanhar o estilo de vida das pessoas e das famílias e se adequar a isso oferecendo, por exemplo, apartamentos com ventilação cruzada, que proporciona mais iluminação e ventilação natural, que resulta em economia e conforto. O trabalho híbrido se consolidou para muitas empresas. Ou seja, é preciso oferecer área comum com estrutura adequada para que o morador trabalhe e estude de maneira adequada. As compras pela internet só crescem. Isso nos levou a pensar em ter o espaço para delivery room com infraestrutura para que os moradores recebam desde um produto que comprou de um marketplace até o remédio que precisa de refrigeração e o delivery tem para atendê-lo. A Patriani segue essa linha de pensamento, para além de vinte anos ou mais. Isso cativa os clientes e eles reconhecem o valor agregado a um Patriani.
O hexacampeonato no Master Imobiliário é um feito impressionante. Qual o segredo para se obter esse reconhecimento contínuo?
É pensar além dos tempos, conforme destaquei nas questões anteriores. Somos muito orgulhosos em ter conquistado seis vezes esse feito e ter se tornado um exemplo bom para o mercado imobiliário brasileiro. Recentemente, conquistamos também o Top Imobiliário, outro prêmio importante do mercado, que ranqueia as Maiores Empresas do setor na Região Metropolitana de São Paulo. A Patriani ficou entre dez gigantes construtoras do país e isso nos deixou muito orgulhosos.
A sucessão empresarial é um tema delicado. Como foi preparar seus filhos para liderarem a Patriani?
Lidamos com a sucessão empresarial de maneira natural no dia a dia. Eu e o Bruno trabalharmos juntos e trocamos experiências o tempo todo. Misturamos as minhas experiências ao longo de décadas de trabalho, com a visão dele em inovar para melhorar os nossos processos, ligando muito bem o nosso desejo de oferecer aos clientes um atendimento de qualidade, que une o contato pessoal com as tecnologias do ambiente digital, que têm facilitado muito a interação com os clientes. Olhamos juntos para a mesma direção e dia a dia o Bruno vai crescendo mais na linha de frente da empresa. Eu sigo o apoiando e ajudando na condução dos próximos passos da companhia.

*Diferenciais que marcam a construtora
Na entrevista, Valter Patriani descreveu algumas das inovações e diferenciais que caracterizam os empreendimentos da construtora:
Ventilação cruzada – Nossos prédios foram os primeiros do Brasil a ter ventilação cruzada nos apartamentos. Os clientes adoram, pois, além de oferecer vista para ambos os lados da torre, as varandas das áreas comuns e da suíte do casal ganham muito mais iluminação e ventilação natural.
Casa de Campo – Fomos a primeira construtora brasileira a criar uma casa de campo privativa, mais uma opção de ambiente para reunir a família e os amigos para uma festa, com direito à piscina e churrasqueira privativa. Tudo isso, sem influenciar na rotina do condomínio. Morar na cidade com a sensação de estar no campo é uma experiência que a Patriani leva para seus clientes com esse diferencial.
Elevadores regenerativos – A Patriani foi a primeira a investir em elevadores regenerativos que produzem parte da energia que consomem. Esse diferencial é tão importante para a economia da taxa de condomínio que virou item de série da marca, independentemente do tamanho do prédio e da planta que lançamos.
Gerador – Em caso de falta de energia, o gerador de um prédio Patriani atende a área social inteira do condomínio, e no apartamento pontos estratégicos como: a luz da sala, da cozinha, a geladeira, o aquecedor e as janelas
elétricas, além das tomadas do Wi-Fi e do celular. Ou seja, a falta de energia não atrapalha a rotina do cliente Patriani. A vida segue normal.
Janelas elétricas – As janelas elétricas e 100% blackout nas suítes são outro conforto que virou item de série e exemplo para o mercado, pois um Patriani saiu na frente com esse diferencial. Não são quaisquer janelas. São janelas maiores que o padrão, que privilegiam mais iluminação e ventilação natural, totalmente elétricas. Inclusive, podem ser automatizadas e acionadas pela Alexa.
Vagas grandes, fechadas, determinadas e com depósito – A Patriani saiu na frente e foi a primeira construtora a criar a vaga Steve Jobs e Elon Musk, que são vagas grandes, fechadas nas laterais, determinadas e com depósito privativo, que cabem muito bem um carro SUV.







