País precisará de 30,7 milhões de novas moradias até 2030, revela estudo

Em fórum digital realizado nesta terça-feira (29/9/20), reunindo lideranças setoriais e representantes do governo, como o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho e o secretário Nacional de Habitação, Alfredo dos Santos, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) apresentou estudo realizado pelo economista Robson Gonçalves, professor da FGV, segundo o qual o déficit habitacional no Brasil caiu 1,5% entre 2017 e 2019.

O estudo, desenvolvido por solicitação da Abrainc, indica ainda haver no país uma demanda de 30,7 milhões de residências até 2030, levando-se em conta o crescimento médio de 3% ao ano na formação de famílias.

No ano passado, o déficit habitacional atingiu 7,797 milhões de moradias, ante 7,918 milhões registrados em 2017. A queda foi puxada pela redução de 9,3% no número de habitações precárias no país, que recuaram de 963 mil para 874 mil entre os anos analisados pelo estudo.

Força da construção civil

Róbson Gonçalves, autor do estudo, destaca participação da construção civil

Ao apresentar o estudo, Robson Gonçalves destacou o peso que a construção civil teve nestes números. Além do fato de ser geradora de grande volume de empregos, a construção civil, de acordo com Gonçalves, “fez um excelente trabalho apesar de todas as dificuldades”.

A participação da construção civil no processo de redução e, mais recentemente, de estabilização do déficit de moradias, segundo o professor da FGV, é notável e ganha contornos ainda mais significativos diante da taxa de formação de famílias no Brasil, que é alta.

“Se formos observar, num período recente, o crescimento do número de domicílios foi da ordem de 5,2% ao ano, e a taxa de formação de famílias chegou a 4,7% ao ano. Então é algo bastante significativo do ponto de vista social”, destacou.

O ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, participou da abertura do evento e enalteceu o papel da construção civil no processo de recuperação econômica do Brasil pós Covid-19.

Segundo ele, o país retomará o caminho do crescimento de forma mais rápida e robusta do que outros países, muito em função da construção civil, que ele considerou o grande “motor desse processo de retomada”.

NE, maior queda em 15 anos

O Nordeste, conforme o que foi apurado pelo estudo, foi a região com a maior queda no déficit nos últimos 15 anos. A região passou de um déficit de 2,8 milhões de moradias, em 2004, para 2,3 milhões em 2019. Enquanto no Sudeste, a carência por moradias subiu de 2,9 milhões de unidades (2004) e 3,1 milhões (2019).

A pesquisa mostra, ainda, crescimento de 2% na categoria chamada “ônus excessivo com aluguel”, ou seja, a locação residencial por famílias com renda de até três salários mínimos que comprometem mais de 30% do rendimento mensal para morar. A modalidade representa 3,345 milhões de moradias do déficit habitacional do país em 2019, ante 3,279 milhões em 2017.

Mais famílias, novas moradias

O estudo indica haver uma demanda de 30,7 milhões de residências até 2030, considerando o crescimento médio de 3% ao ano na formação de novas famílias. Com destaque para famílias com renda de entre 3 e 10 salários mínimos precisarão de 14,4 milhões de residências. Famílias com renda de até três salários mínimos, que vão demandar 13 milhões de novos domicílios. Já aquelas com mais de 10 salários de renda, 3,3 milhões de habitações.

No encerramento do fórum o presidente da Abrainc, Luiz Antonio França, destacou que o estudo o estudo trouxe uma “notícia fantástica”, que foi a redução do déficit habitacional, mostrando que vale a pena o esforço do setor de construção civil.

“A redução de 1,5% é muito expressiva e importante”, frisou, lembrando que outra grande notícia do estudo é que até 2030 será necessária a construção de mais de 30 milhões de moradias para atender a demanda, o que mostra o enorme potencial que o mercado imobiliário tem pela frente.

França apenas lamentou que o ônus excessivo do aluguel tenha aumentado. “Isso é muito desagradável”, disse, ressaltando que, com a retomada econômica pós-pandemia, espera-se que o país volte a criar emprego e renda, de forma a equacionar questões como essa do aluguel.

O fórum desta terça-feira foi a terceira fase do Incorpora 2020, evento anualmente promovido pela Abrainc. Desta feita os debates giraram em torno de novas políticas habitacionais para o futuro do país.

Além do ministro Rogério Marinho e do secretário de Habitação Alfredo dos Santos, o evento virtual teve a participação de Jair Mahl, vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal; Rodrigo Osmo, presidente da Tenda; Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP; Odair Senra, presidente do SindusCon-SP; José Carlos Martins, presidente da CBIC; e Romero Albuquerque, diretor de Crédito Imobiliário do Bradesco.

Comments (2)

  1. Tiago Vieira
    30 de setembro de 2020

    Estudo muito bem elaborado e com reais embasamentos e dados, a Nova Freitas Imóveis e seu grupo seleto de colaboradores, terão a total expertise para viabilizar bins negócio para esse mixo do mercado …

    • Tiago Vieira
      30 de setembro de 2020

      Estudo muito bem elaborado, técnico e com reais embasamentos e dados, a Nova Freitas Imóveis e seus grupos de colaboradores e associados, estão apto e tem a expertise para esse mico do mercado imobiliário e atuará sempre em realização de exelentes negócios e oportunidades, orgulho de ser corretor e junto aos colegas e amigos, colaborar para esse seteo, tão importante para o Brasil e economia!

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