Para o atual presidente do Sinduscon-RJ, Claudio Hermolin, uma das atrações do 84º Encontro da ABMI, que acontece no Hilton Copacabana, no Rio de Janeiro, de 22 a 24/3/23, a expectativa para 2023 em termos de mercado imobiliário é positiva, apesar do cenário desafiador da economia em tempos de juros altos.
Hermolin acredita que as perspectivas são boas porque entramos o ano de 2023 “com uma pressão nos custos de construção menor do que o final de 2021”
“Em 2021 – explica – terminamos o ano com o INCC (Índice Nacional da Construção Civil) na casa dos 14%, e findamos o ano de 2022, com o INCC na casa dos 9%, o que diminui a pressão de custos, facilitando então a viabilidade de novos projetos.”
“Temos também, dentro da promessa do novo governo, uma sinalização de investimentos, tanto na área de infraestrutura quanto na área de habitação de interesse social (HIS), o que também é importante e movimenta o mercado, acrescenta Hermolin, que também tem atuação em outras entidades do setor, como a Ademi-RJ e a CBIC.
No que se refere ao crédito imobiliário, Hermolin vê como alentador o fato de o volume ter dobrado em relação a 2019, mesmo diante de taxas elevadas de juros.
“Apesar dos juros altos em 2022 e uma queda na casa de 12% no volume de crédito concedido para a compra de imóveis, a gente teve no ano passado um volume de crédito que foi praticamente o dobro do registrado em 2019. O que mostra que apesar de a taxa de juros da Selic ter subido bastante, a taxa de juros do crédito imobiliário ainda se torna atrativa, se comparada com anos anteriores.”
Opções para investidores
No entender de Hermolin, para o investidor sempre existem oportunidades no mercado imobiliário.
“Principalmente quando a gente fala em estoques em regiões onde houve muitos lançamentos e a velocidade de vendas foi reduzida, existem oportunidades por meio de leis que estão sendo hoje debatidas e implementadas em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, ressalta o presidente do Sinduscon-RJ.
“Tais legislações – detalha Hermolin – envolvem “revitalização dos centros urbanos, o que possibilita uma nova fronteira de crescimento do mercado imobiliário, seja em novas construções, seja em retrofit – transformações de imóveis de imóveis comerciais em residenciais –, existindo também o debate do planos diretores dos dois maiores mercados do Brasil, que são Rio e São Paulo. O Plano Diretor, normalmente, cria oportunidade de novos modelos de negócios e acaba atraindo mais investidores.”
De acordo com Hermolin, o mercado brasileiro tem hoje em média nove meses de estoque.
“Isso significa dizer que, se não for lançado nenhum novo produto nos próximos nove meses e continuarmos com a velocidade de vendas atual, em nove meses termina o estoque do mercado primário, que é o mercado de lançamentos.
Estes e outros assuntos, em meio a muitos números e informações, como produtos novos para investidores, deverão fazer parte da apresentação de Cláudio Hermolin, no 84º Encontro da ABMI, que deverá acontecer na quinta-feira (23/3/23), a partir das 14h.
Engenheiro-civil, com pós graduação no IAG, FGV e Harvard Business School, Hermolin tem 29 anos de mercado imobiliário e representa a terceira geração de sua família a atuar no setor. Sua experiência no mercado, entre outras atividades, abrange diversas funções de liderança em empresas de engenharia, incorporação e intermediação.