Em meio à transformação silenciosa que vem redefinindo os rumos do setor imobiliário no interior de Portugal, um nome tem forte presença entre Belmonte, Covilhã e Fundão, na Região das Beiras e Serra da Estrela: António Paulo Abrantes Carlos (foto).

Mais conhecido como António Carlos, o consultor imobiliário português tem se destacado não apenas por seus números expressivos de performance, mas também pela forma como tem catalisado mudanças profundas na região, seja na atração de investidores estrangeiros ou na promoção de laços duradouros entre clientes e território.

Com uma trajetória marcada por excelência e reconhecimento internacional, incluindo prêmios recebidos no hall da fama, em Las Vegas, António estará entre os anfitriões da missão empresarial “Beiras: O novo Portugal imobiliário, história e gastronomia 2025”, que acontece de 10 a 18 de outubro.

O evento é resultado de uma colaboração estratégica entre a Associação Brasileira do Mercado Imobiliário, a Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil e a Câmara do Comércio da Região das Beiras (CCRB), e promete revelar aos empresários brasileiros associados à ABMI oportunidades concretas de investimento, conexões com o patrimônio local e experiências exclusivas que unem negócios, cultura e hospitalidade.

Números apresentados por António em entrevista ao site da ABMI reforçam a atratividade do interior português, com rentabilidades que chegam a 8% ao ano – patamar que supera grandes centros como Lisboa – e comprovam que investir na Zona Centro de Portugal é hoje uma estratégia inteligente para quem busca segurança e crescimento.

Suas propostas com relação à missão incluem visitas guiadas a imóveis com alto potencial de valorização, projetos de construção de larga escala na Covilhã, e um retrato vivo das carências e oportunidades que ainda permeiam o mercado de Belmonte.

António Carlos: várias vezes premiado por performance como consultor imobiliário

António se define como mais do que consultor. Ele se diz  porta-voz de uma nova era do imobiliário regional. Na entrevista a seguir, ele compartilha sua formação, visão sobre o papel do consultor como criador de vínculos e revela o que faz da interioridade portuguesa um terreno fértil para investidores brasileiros que desejam entrar em um mercado promissor com autenticidade, estratégia e impacto. Confira.

Qual sua formação, e o que o motivou a dedicar-se ao setor imobiliário no Interior de Portugal, especialmente na região de Belmonte, Covilhã e Fundão?

O que me levou a fixar-me nesta região foi a possibilidade de contribuir significativamente para o desenvolvimento local. E felizmente, isso acabou acontecendo. Depois, mergulhei no setor imobiliário e tive várias formações: técnicas de negociação, modelos de fechamento de negócios, além de cursos de leitura corporal e outras áreas fundamentais. No mercado imobiliário, estamos sempre em constante aprendizado, buscando evoluir com formações frequentes. Venho da área agrícola – produção animal e vegetal –, mas hoje estou completamente dedicado ao setor imobiliário. Isso porque sou uma pessoa que adora se relacionar, com um perfil voltado para relações públicas e uma mente bastante aberta. Fui atraído pelo conhecimento e pela dinâmica do mercado imobiliário, que, como sabemos, é um dos ambientes onde o capital se mantém mais seguro. Basta comparar o que acontece com o dinheiro parado no banco e o que pode ser conquistado com investimentos em imóveis.

De que maneira sua experiência moldou a visão de que o consultor imobiliário deve criar laços e não apenas vender imóveis?

O que acontece no mercado imobiliário é que nós, como consultores, temos clientes para a vida toda. Já tive situações em que o pai comprou um imóvel comigo, depois o filho, e até o neto. São famílias que confiam no meu trabalho e continuam recorrendo a mim ao longo dos anos. Quando comecei a trabalhar no mercado imobiliário em Belmonte, tudo começou com um amigo que me dizia: “António, procura um imóvel com estas características para mim”. E era assim que funcionava. Esse modelo de cliente comprador exige que a gente cuide de todo o processo. Buscamos o imóvel, trabalhamos nele e o apresentamos, inclusive em parceria com outros colegas. Esse exemplo mostra bem o perfil de um investidor que valoriza nosso apoio.

Quais são os principais perfis de investidores que hoje procuram a Zona Centro de Portugal, e o que os atrai para essa região?

Os principais perfis dos investidores nesta região, atualmente, são pessoas que reconhecem o potencial ainda inexplorado da área. Eles sabem que a zona continua muito virgem em termos de desenvolvimento, o que representa excelentes oportunidades de compra e valorização futura. Tenho clientes que estão adquirindo vários imóveis – alguns deles já compraram conosco há quatro, cinco ou até seis anos – e só agora estão começando a investir, recuperar e trabalhar nesses bens. Não se trata apenas de habitações ou edifícios urbanos, mas também de lotes de terreno e grandes propriedades agrícolas, com diferentes objetivos e estratégias de investimento.

Como a chegada de investimentos brasileiros tem transformado o mercado imobiliário local?

Com a chegada de investidores brasileiros, o mercado nesta região tem passado por grandes transformações. Mas isso não acontece só aqui. Sabemos que cidades como Lisboa, Porto, Coimbra e outros grandes centros estão também atraindo muitos investidores do Brasil. Como qualquer bom empresário, o investidor busca segurança e retorno financeiro, e é exatamente isso que o mercado imobiliário tem oferecido. Essa tendência não se limita a Portugal. Vemos o mesmo padrão de investimento se repetir por toda a Europa e em várias partes do mundo.

Em sua opinião, quais áreas da região apresentam maior potencial de valorização nos próximos anos?

Na minha opinião, as áreas com maior potencial de valorização nos próximos anos estão no interior. Acredito firmemente nisso, principalmente ao observar a rentabilidade atual na região da Covilhã e Belmonte, que tem gerado retornos entre 7,5% e 8% sobre o investimento. Por exemplo, com 100 mil euros, não conseguimos adquirir praticamente nada em Lisboa. Já aqui na Covilhã e Belmonte, esse valor permite investir em imóveis reais, com retorno significativo. É possível atingir até 8% de rentabilidade com esse montante, algo que Lisboa, atualmente, não proporciona para pequenos investidores. Claro que, quando falamos de investimentos maiores – como 1 milhão de euros – Lisboa continua oferecendo bons retornos. Mas isso apenas reforça o princípio de que é imprudente colocar todos os ovos na mesma cesta. Diversificar é essencial, e o interior continua sendo uma excelente oportunidade para quem busca valorização segura e sustentável.

Como recebeu o convite para integrar o roteiro da missão empresarial “Beiras 2025”? Qual será exatamente o seu papel durante as visitas?

O convite para integrar o roteiro da missão empresarial das Beiras é algo extremamente importante para mim. Na verdade, qualquer convite que envolva o crescimento da região – ou até mesmo o crescimento pessoal – tem enorme valor. E este, em especial, representa muito para mim enquanto empreendedor que se dedicou de corpo e alma a esta terra. Criei a minha própria equipe, investi na região e tenho tido ótimos resultados. Não é só uma questão local. Os meus resultados comparados aos de consultores da Remax Portugal destacam-se ao ponto de já ter sido chamado três vezes ao palco da fama em Las Vegas, onde recebi prémios que representam um reconhecimento imenso. Ouvir o meu nome no palco da fama é um orgulho que dificilmente se explica. A missão empresarial das Beiras tem um papel essencial no desenvolvimento da região. E, apesar de ainda não estar totalmente por dentro de como irá funcionar, principalmente no interior, por conta da minha agenda sempre cheia, vou ter mais uma oportunidade para me inteirar no próximo dia 18 de julho, quando estarei presente na inauguração da nova sede da Câmara de Comércio da Região das Beiras, que fica na Estação Ferroviária de Vale de Prazeres, município de Fundão.

Que tipo de experiência pretende proporcionar aos empresários brasileiros sobre Belmonte, Covilhã e Fundão?

A experiência que pretendo proporcionar aos empresários brasileiros sobre Belmonte, Covilhã e Fundão é extremamente prática e reveladora. A ideia seria organizar visitas a dois ou três imóveis selecionados – ou até meia dúzia, se possível –, para que eles vejam de perto o potencial de retorno que a região oferece. Como já mencionei anteriormente, os rendimentos aqui podem chegar a 7% ou 8% ao ano, o que é extremamente competitivo. Para se ter uma noção, muitos investidores em Lisboa estão satisfeitos com retornos de 3,5% a 4%. Aqui, temos oportunidades que praticamente dobram esse retorno, o que faz toda a diferença no longo prazo. A minha proposta é levar esses empresários para conhecer os imóveis, observar o tipo de construção, o perfil dos investidores que já estão ativos na região, e perceberem o impacto real do dinheiro investido aqui. Por exemplo, na região de Belmonte, há uma demanda enorme por apartamentos – especialmente de casais jovens –, e não existem imóveis novos disponíveis. Tudo o que temos são imóveis usados, muitos em condições já muito desgastadas, e estamos com dificuldades para atrair investidores para suprir essa carência. O que acontece é que, por aqui, os valores de venda são mais baixos do que na Covilhã. Isso acaba atraindo os investidores para lá, onde o preço por metro quadrado é mais alto, mas a qualidade da construção é semelhante. Para investimentos maiores, como cinco ou seis milhões de euros, por exemplo, o preço dos terrenos na Covilhã pode ser até 50 ou 60 vezes maior do que em Belmonte. Alguns investidores com visão já aplicaram fortemente  em Belmonte, mas hoje o retorno expressivo está mesmo concentrado na Covilhã, especialmente na construção civil. Mesmo com o custo elevado, muitos preferem investir ali por estarem mais familiarizados com o mercado urbano e menos dispostos a explorar novas oportunidades em Belmonte. Mas acredito que isso seja apenas uma questão de tempo. A região tem um potencial enorme, e com o despertar de novos investidores, especialmente brasileiros, podemos provocar uma grande transformação.

Que projetos ou imóveis pretende destacar durante a missão como exemplos de oportunidades estratégicas de investimento?

O que eu gostaria de apresentar, caso seja na Covilhã, são os projetos de construção de grande escala, empreendimentos com mais de cem apartamentos, que têm se desenvolvido na zona premium da cidade, especialmente nas proximidades da universidade, dos hotéis e do Serra Shopping. Seria interessante visitar ao menos um desses prédios, mesmo que apenas por fora, para mostrar aos empresários o tipo de retorno financeiro que está sendo obtido nesses investimentos. Além disso, na região de Belmonte, o perfil dos investidores é um pouco diferente. Os investimentos não estão tão voltados para edificações residenciais em altura, mas sim para projetos inovadores, como o caso específico de um empresário do Porto que adquiriu um imóvel de um milhão de euros e está desenvolvendo um megaprojeto voltado para o agroturismo. Esse projeto inclui a construção de um hotel com infraestrutura de alto padrão, já com Jacuzzi, piscina infinita com areia e outros elementos diferenciados. A propriedade é belíssima, com uma vinha central replantada recentemente, cercada por áreas com videiras e árvores frutíferas antigas. Espalhados pela quinta estão cerca de doze a quinze bangalôs construídos com contentores marítimos, oferecendo uma experiência única e integrada à natureza. O conceito é aproximar o visitante do meio rural, permitindo que ele participe de atividades como podas, colheitas, e claro, da degustação dos produtos locais – desde uvas, ameixas, pêssegos, amêndoas, azeite e vinho –, todos produzidos na própria quinta e servidos diretamente no hotel. Esse megaprojeto está sendo apoiado por diversas universidades – nomeadamente a Universidade do Algarve, a Universidade da Beira Interior e a Universidade Nova de Lisboa –, o que reforça ainda mais o seu impacto no desenvolvimento da região. É exatamente esse tipo de iniciativa que pretendemos apresentar aos empresários brasileiros: inovação, rentabilidade e conexão com o território.

Como acredita que a missão pode impactar o desenvolvimento económico e social da região das Beiras?

Eu vejo tudo com os olhos de um otimista. Acredito que qualquer investidor precisa idealizar o projeto antes mesmo de ele começar a dar frutos. E foi exatamente isso que aconteceu comigo. Essa visão antecipada é o que move qualquer empreendedor que decide apostar nesta região.

Que diferenciais da sua equipe e da sua abordagem personalizada pretende evidenciar aos investidores brasileiros?

O principal diferencial da minha equipe e da nossa abordagem personalizada, que quero destacar aos investidores brasileiros, é o trabalho consistente e dedicado que temos realizado aqui na região. Atendemos várias localidades do interior, como Sortelha, Telha, Sabugal, Quarteira e outras aldeias próximas, sempre com um acompanhamento próximo e humano. Cada investidor que chega é tratado com seriedade e atenção. Esclarecemos dúvidas, ajudamos em processos de legalização de documentos particulares e orientamos sobre como se aproximar das juntas de freguesia e dos municípios, de forma a criar parcerias vantajosas e assegurar o sucesso dos seus negócios. Nosso papel é ser mais que intermediários: somos facilitadores que conhecem a realidade local e ajudam a transformar oportunidades em resultados concretos.

A missão também envolve aspectos culturais e gastronômicos. Como esses elementos ajudam a criar uma conexão mais profunda com o território?

Em relação à missão empresarial, acredito que os aspetos culturais e gastronómicos desempenham um papel essencial na criação de uma conexão profunda com o território. Nós, enquanto empreendedores, não realizamos apenas negócios com os investidores, mas, sim, oferecemos também um acompanhamento completo em vários níveis, inclusive no campo cultural e gastronómico. Por exemplo, na região do Fundão, temos os famosos doces de cereja e uma variedade de produtos locais com grande expressão. Na Covilhã, há toda uma tradição associada à produção local. E, em Belmonte, destaca-se o pastel do azeite, que foi premiado em Lisboa, além da forte presença da comunidade judaica, que enriquece a identidade da região. Sempre que possível, envolvemo-nos em ações que promovam a integração dos investidores com a cultura local, para que se sintam bem recebidos e compreendam o valor da região. Cabe a nós, empreendedores, mostrar todos esses elementos, não apenas como atrativos, mas como pontes que conectam pessoas, negócios e território. As feiras culturais, como a feira medieval de Belmonte, são um exemplo concreto desse envolvimento. Em 2018, participei como personagem principal da feira, interpretando Luís Gilde Cabral, pai de Pedro Álvares Cabral. Segundo estatísticas, esse foi o ano com o maior número de visitantes na história do evento, um reconhecimento que me enche de orgulho. No fundo, não somos apenas um veículo económico. Somos agentes que têm o dever de deixar um legado positivo na região, gerando valor para quem chega e para quem já aqui está.

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